terça-feira, 21 de junho de 2011

DEFINIÇÃO

GEOGRAFIA, UMA DEFINIÇÃO.

             Definir algo é sempre complicado, principalmente quando quem faz isso é uma pessoa como eu detentora de um conhecimento muito pequeno, o que pode soar até como falta de modéstia, porém não podemos nos eximir de omitir opiniões e dizer como entendemos e vemos tal assunto e nesse caso vou tentar me expressar como eu defino o que venha ser a GEOGRAFIA, faço isso como um amante dessa ciência. Para poder responder com poucas palavras o que é GEOGRAFIA, peço ajuda ao mestre, ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES e ao seu livro, GEOGRAFIA uma Pequena História Crítica, considerado um clássico, que com suas poucas páginas serviu de guia para essa tarefa de dizer O QUE EU ENTENDO POR GEOGRAFIA, convidando a todos a o lerem para entender melhor a GEOGRAFIA.
               Antes de adentrar em leituras mais ligada a GEOGRAFIA como ciência, eu tinha uma definição da mesma carregada da idéias dos professores do ensino médio, principalmente, que por sua vez eram oriundos da corrente de ensino da GEOGRAFIA TRADICIONAL, onde a Geografia é definida como o estudo da superfície da terra. Ainda me lembro do primeiro dia de aula em que o professor colocava no quadro esta definição, porém isso não considerava o homem nessa superfície como ator importante que é no espaço terrestre.
             Com a leituras de livros mais ligado as relações do homem em sociedade fui percebendo que devia considerar o Homem um ser transformador do espaço terrestre e o livro citado no inicio desse texto juntamente com os do MILTON SANTOS e do PAULO FREIRE podem ser considerados os que me levarem a entender a GEOGRAFIA mais do que o estudo da superfície da terra, para esses autores que sempre fazem uso da história em seus livros, o homem é um ser histórico e como tal é um agente modelador do espaço, eles também consideram que toda definição dependem do contexto histórico e de quem detém o poder.
           O livro Geografia Pequena História Crítica de ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES faz uma análise histórica da GEOGRAFIA e como o seu objeto de estudo, assim como a definição do que é Geografia foi mudando com o tempo. O livro pode ser considerado um guia muito importante que com poucas páginas demonstra como a GEOGRAFIA sofreu várias interferências de autores e correntes filosóficas até os dias de hoje, nas palavras do autor o livro é uma forma didática para os alunos de cursos de graduação em GEOGRAFIA e para os amantes das ciências sociais adentrarem na história do pensamente geográfico. O mais importante do livro é que o mesmo nos chama atenção para o fato da GEOGRAFIA para chegar hoje a ser uma ciência passou por várias mudanças causadas principalmente por redirecionamento da maneira do homem encarar a realidade, ai incluído o contexto histórico, e o jogo de interesses do grupo que estar no poder.  
     Outro guia foi um autor considerado por muitos um dos maiores geógrafos e que muito influenciou meu pensamento sobre a GEOGRAFIA cuja a obra tive o prazer de ler e sempre que posso releio alguns livros, esse autor é o MILTON SANTOS. Em suas obras há uma grande discussão sobre a força de quem tem muito dinheiro em dominar o espaço terrestre com foco nos conglomerados econômicos que usam os administradores dos estados, fazendo os mesmos trabalharem em favor do lucro das grandes empresas em detrimento da qualidade de vida da população pobre. O que considero de mais rico nas obras do Geógrafo MILTON SANTOS são dois pontos fundamentais atestado por mim nas leituras do mundo e em outros autores, primeiro é que ele afirma a violência da informação das grandes empresas midiáticas a serviço dos grandes empresários, onde há a divulgação de notícias que visam manter a população pobre mais desprovida do verdadeiro conhecimento do mundo e das relações de opressão em que vive, e segundo é a força do lugar, onde segundo MILTON SANTOS estar o porto seguro que pode ser uma força contra a dominação e homogeneização do espaços pelos grandes grupos empresarias, o lugar, segundo ele, por ser onde as pessoas estão mais longe dos centros já dominados pelos grandes empresários e viverem mais próximas uma das outras, pode ser o local onde se iniciará uma revolução contra a opressão da população pobre pela a elite rica do mundo.
       E por último e não menos importante nesse meu caminho em busca do melhor entendimento da GEOGRAFIA quero citar, o mestre PAULO FREIRE, um grande intelectual que foi um grande combatente da opressão da população pobre por parte de uma elite detentora das riquezas e poder de decisão no Brasil e no mundo. Ele soube tanto em seus livros, palestras e atuações práticas impor uma educação libertadora tanto do oprimido como do opressor, algo interessante na minha opinião, pois para PAULO FREIRE é necessário libertar o opressor também, visto que segundo suas idéias ninguém é feliz fazendo uma pessoa sofrer e se assim o faz é porque tem sobre si uma total falta de conhecimento do mundo e das relações entre as pessoas no mundo. Mas o ponto chave do pensamento de PAULO FREIRE e que me cativa é pelo fato que para ele “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, mas todos são educados juntos mediados pelo mundo”, ou seja, ninguém é detentor do conhecimento verdadeiro ele é construído na união e igualdade entre todos os seres humanos.
        Afinal acho que é chegado à hora de dizer realmente a minha definição do que é GEOGRAFIA, pois bem quero dizer a mesma é um ramo do conhecimento complexo e ao mesmo tempo fantástica, pois a GEOGRAFIA sempre estar em construção e mesmo assim tenta abranger vários aspectos do mundo e das pessoas que o habitam como sendo dela na hora de se dizer o que é GEOGRAFIA. Com tudo isso afirmo que GEOGRAFIA É A CIÊNCIA RESPONSÁVEL POR TENTAR EXPLICAR AS RELAÇÕES HUMANAS E O JOGO DE INTERESSES POR TRÁS DAS MESMAS EM UM DETERMINADO ESPAÇO DEFINIDO COMO DE OBJETO DE ESTUDO. A GEOGRAFIA TAMBÉM É IDEOLÓGICA NO SENTIDO QUE PODE SER USADA PELO GRUPO QUE DETÉM O PODER EM CAUSA PRÓPRIA.
     Pode parecer simples, mas é isso que eu entendo como sendo A GEOGRAFIA e se alguém pensar diferente seja bem vindo pela GEOGRAFIA que sempre aceita contribuições baseadas em conhecimentos empíricos e epistemológicos, pois como afirmei a mesma estar sempre em construção.
Comandante: VALDERRAMA
AO SOM DE LOS HERMANOS, CD VENTURA, UM ROCK SIMPLES COM LETRAS INTERESSANTES.
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terça-feira, 14 de junho de 2011

PROSA

UMA PROSA SOBRE O PRONEA






         Tem leis ou projetos do governo que além de serem bonitos ou perfeitos apenas no papel ainda não fazem nenhuma relação com a realidade da população usuária dos mesmos, mas não foi isso que achei ao terminar a leitura do PRONEA (PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL) um conjunto de normas do governo federal em parceria entre todas as esferas do poder público Brasileiro para orientar a educação ambiental no Brasil. Senti que mesmo não sabendo se realmente o Programa foi concebido com a participação da sociedade, que há uma coerência do mesmo em dar ênfase em várias partes do programa ao saber local, pois é sabido que raramente uma lei ou proposta na área da educação funciona se não houver ampla participação popular e pouca ou nenhuma imposição da elite detentora do poder.
       O PRONEA pode ser considerado sim, uma proposta benéfica para a educação brasileira ao chamar atenção ao empenho contínuo das pessoas envolvidas no processo educacional no país a degradação ambiental, uma critica que faço ao programa é ao fato de sentir durante a sua uma ausência de uma discussão sobre a distribuição de renda no Brasil, pois em minha opinião, temos que ter cuidado ao falar em preservação ambiental na sala de aula ou em qualquer outro lugar, pois uma coisa é a pessoa ter dinheiro e poder comprar carro menos poluente, usar sacolas retornáveis no supermercado que tem um custo a mais, usar energia solar em casa e outras tecnologias com um custo no final do mês, outra coisa é você viver de um salário que mal dar para se manter no mês, não quero dizer com isso que não devemos ter uma educação ambiental atuante na sala de aula e no nosso cotidiano, mas sim que devemos pensar antes na realidade dos alunos e o que é mais importante em minha opinião COBRAR DE NOSSOS ADMINISTRADORES UMA MAIOR DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E MAIS RECUSOSOS PARA AMENIZAR OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA POPULAÇÃO POBRE NO MUNDO.

       Em seguida colocarei alguns trechos para melhor enfatizar o que disse, convidando os leitores a lerem o original que pode ser encontrado no site do MEC (Ministério da Educação do Brasil).




    “ Processo de institucionalização da educação ambiental no governo federal brasileiro teve início em 1973, com a criação, no Poder Executivo, da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior. A SEMA estabeleceu, como parte de suas atribuições, “o esclarecimento e a educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente”, e foi responsável pela capacitação de recursos humanos e sensibilização inicial da sociedade para as questões ambientais.

     A extinta SEMA deu ainda início a projetos de educação ambiental voltados para a inserção da temática ambiental nos currículos escolares dos antigos 1° e 2° graus, na região Norte.
         
              Outras iniciativas foram a realização de seis cursos de especialização em educação ambiental e de cinco seminários sobre Universidade e Meio Ambiente, além da estruturação de uma rede de produção e circulação de materiais educativos, envolvendo diversas publicações e audiovisuais referentes à área ambiental. Outro passo na institucionalização da educação ambiental foi dado com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que estabeleceu em 1981, no âmbito legislativo, a necessidade de inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, objetivando a capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente, evidenciando a capilaridade que se desejava imprimir a essa prática pedagógica. Reforçando essa tendência, a Constituição Federal, em 1988, estabeleceu, no inciso VI do artigo 225, a necessidade de “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.PRONEA.Pg24



     “Este Tratado, assim como a educação, é um processo dinâmico em permanente construção. Deve, portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. Nós, signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidas com a proteção da vida na Terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação social. Comprometemo-nos com o processo educativo transformador através de envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades sustentáveis e eqüitativas. Assim, tentamos trazer novas esperanças e vida para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda belo Planeta.”PRONEA Pg.59


           Enfim, gostei da formulação e do que li no PRONEA um programa com várias dicas e maneiras de termos uma educação ambiental com qualidade no ensino do Brasil, mas sempre fica aquela indagação se isso realmente irá funcionar na realidade de nosso país onde há com raríssimas exceções um descaso em relação à educação pública, cada vez mais voltada para o treinamento dos alunos e a não formação de cidadãos conscientes para construir um mundo melhor para todos.




COMANDANTE VALDERRAMA AO SOM DE TIM MAIA AO VIVO, ”DESCOBRIDOR DOS 7 MARES.



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sexta-feira, 10 de junho de 2011

LER SOBRE O CAPITALISMO.

   O capitalismo é um sistema perigoso que temos procurado entender, por isso é sempre bom para isso acontecer ler quem procura pesquisar sobre o mesmo. Aqui um bom texto sobre o Professor BELUZZO extraído do site http://www.cartamaior.comb.r/.

EXCLUSIVO: Marxismo, crise e capital fictício - Dois capítulos do novo livro de Belluzzo

           Trinta e seis anos depois de sua tese de doutorado, à luz de um colapso desencadeado pela reprodução do capital fictício, deixado à própria sorte pelo desmonte do aparato regulatório do pós-guerra, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, agora aos 68, volta à tese da juventude para uma releitura que encadeia a produção de um novo livro ainda inconcluso. Dele, Carta Maior publica dois capítulos inéditos: a introdução –[i]“Capital e Capitalismo”[/i], uma dissecação marxista da vida sob um sistema que tritura cada molécula de sanidade ao prometer mais do que seu DNA está apto a entregar; e o capítulo V, [i]‘Sistema de Crédito, Capital Fictício e Crise’[/i].
Saul Leblon

Data: 09/06/2011

              Em 1975, aos 33 anos, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo defendia sua tese de doutorado cujo título antecipava um interesse e uma filiação: "Estudo sobre a Crítica da Economia Política”. Publicada cinco anos depois pela Brasiliense –‘Valor e Capitalismo, um Ensaio sobre a Economia política’ - tornou-se uma referência para a compreensão do sistema capitalista de produção.
Em 117 páginas que ofuscam a juventude do autor, o texto cerca os antecessores de Marx para esmiuçar aproximações e hesitações dos clássicos na conceituação da sociedade desenvolvida para/pela produção de mercadorias. Sobre Marx, ele logo avisa: "enquanto a indagação clássica parte do conceito abstrato de valor, Marx simplesmente se pergunta em que condições os produtos do trabalho humano assumem a forma-valor (...) O objeto de sua investigação não é, pois, o 'valor' como o imaginam os espíritos chegados à metafísica, senão a mercadoria, forma elementar que assumem os produtos do trabalho humano nas sociedades mercantis".
             Fiel ao método que reconhece o humano no desumano (e vice versa), embaralhado nos dentes da engrenagem capitalista, Belluzzo pilota o materialismo histórico com a mesma destreza com que se afasta da servidão maniqueísta das aparências. Se o que parece ser não é numa sociedade pasteurizada pelo liquidificador da mercadoria, a efetiva compreensão das relações de produção que a distinguem não poderia jamais preceder a sua completa materialidade sócio-econômica.
Falecido em 1790, o escocês Adam Smith a quem caberiam os royalties pela expressão mercados auto-reguláveis --‘mão invisível’, na formulação original-- não conseguiria de qualquer modo concluir a decifração avant la lettre de um capitalismo industrial ainda em fraldas no seu tempo. Tal façanha distinguiria um velho barbudo nascido 28 anos depois, na Alemanha, quando a fumaça e a fuligem consolidavam a supremacia das novas formas de viver e de produzir sob o reino da mercadoria.
Além da argúcia analítica, o escrito de 1975 revela o fino narrador que transita com elegância e clareza pelo difícil objeto da economia política. Reconhecido como uma espécie de Ademir da Guia da análise crítica dos dias que correm, cultivada em prolífica e prestigiada presença em livros, artigos e intervenções políticas, o palmeirense Belluzzo dribla os ardis da chamada ‘Ciência Triste’ interligando-os à matriz das inquietações e incertezas que determinam o jogo bruto do sistema deixado à própria sorte. Ao fustigar a possibilidade de um equilíbrio imanente a esse vale-tudo, crendice cara aos neoclássicos que mergulharam o planeta na mazorca atual, a tese de 1975 advertia que num sistema produtor de mercadorias o suposto pendor à autoregulação dependeria de fatores alheios à história. Afora essa hipótese, de “um Deus ex-machina, não há como explicar a forma pela qual se chegou a ele”, fuzila.
O capitalismo aceita tudo. Menos a violação do seu impulso vital imiscível, como água e óleo, com ideais de harmonia e estabilidade. “Tal coisa’, lembra Belluzzo, “seria possível se as necessidades comandassem a produção, e não o inverso”. Sem os contrapesos de forças em sentido contrário, o capitalismo quanto mais dá certo, mais dá errado, nos seus próprio termos. Ou melhor dito pelo autor, trata-se da “própria contradição em processo, na medida em que a mesma lei que o compele a uma valorização progressiva acaba determinando um estreitamento da base sobre a qual se apóia esse processo de valorização”. É nesse percurso avesso à convergências que as crises regurgitam de uma desordem constitutiva e assumem invariavelmente a forma de superprodução - “de capital e não de mercadorias”, pontua o doutorando em sua exposição.
           Trinta e seis anos depois, à luz de um colapso desencadeado justamente pela reprodução do capital fictício, deixado à própria sorte pelo desmonte do aparato regulatório do pós-guerra, o economista agora aos 68, volta à tese da juventude para uma releitura que encadeia a produção de um novo livro ainda inconcluso. Dele, Carta Maior publica dois capítulos inéditos: a introdução –“Capital e Capitalismo”, uma dissecação marxista da vida sob um sistema que tritura cada molécula de sanidade ao prometer mais do que seu DNA está apto a entregar; e o capítulo V, ‘Sistema de Crédito, Capital Fictício e Crise’. Aqui, trata-se de uma aula marxista para desvelar a mecânica estrutural da concentração de capitais que permite, de um lado, ‘antecipar’ o futuro através do crédito e do investimento; de outro, gerar massas de capital fictício, cujo supremacia sancionada desde Reagan/Tatcher resultou em conseqüências sabidas: auge e, portanto, ruína dos livres mercados.
    Não são textos para apressados. Porém, ademais do prazer da leitura de longo curso, são dotados de urgência política. Mestre em erguer mirantes analíticos, Belluzzo eleva nossa visão além da neblina, para sofisticar a compreensão dos afazeres do nosso tempo.
CONTATO: leomedrado@yahoo.com.br   www.twitter.com/sabotagemche







quinta-feira, 9 de junho de 2011

UM COMENTÁRIO

UM COMENTÁRIO SOBRE O PCNs


          Os Parâmetros Curriculares Nacionais são um conjunto de orientações e dicas em forma de documento elaborado pelo governo federal com a participação de colaboradores na área da educação que visam segundo o Governo, dar um caminho seguro a educação básica no país, tendo cada disciplina um PCN próprio. Farei nesse breve e curto texto uns comentários sobre o PCN para GEOGRAFIA no ensino fundamental por ter o lido recentemente para uma finalidade imposta por forças que independe de mim, irei colocar aqui em forma de palavras quais são minhas impressões sobre este documento, ficando livre para todos o lerem e tirarem suas próprias versões.

       No início do documento com apresentação do ministro da Educação na época de lançamento do documento fica claro que apesar de deixar claro em vários trechos de não se tratar de um manual fechado de dicas de como o professor deve agir na sala de aula, parece com a sua leitura que é algo imposto de cima para baixo aos discentes como nessa parte da apresentação:
      
        Assim, é com imensa satisfação que entregamos aos professores das séries finais do
Ensino fundamental os Parâmetros Curriculares Nacionais, com a intenção de ampliar e aprofundar um debate educacional que envolva escolas, pais, governos e sociedade e dê origem a uma transformação positiva no sistema educativo brasileiro. PCN, Pg5


          Durante a leitura dos PCNs se não ficarmos atento ao jogo de palavras que demonstram uma gama muito grande de boas intenções, escondendo por trás a sua idéia principal, que é ter uma educação com muitos preceitos bonitos e carregados de conteúdos acadêmicos, mas com pouco ou quase nada sobre a falta de atenção dos nossos administradores a educação pública no Brasil, um dos principais problemas da educação, com isso corremos o perigo de achar que o mesmo é um guia salvador para os professores de Geografia. Como toda leitura a do PCN deverá ser feita com muito cuidado e com a comparação com a vida real e o cotidiano para se chegar mais próximo de um entendimento melhor na real intenção de quem elaborou ou escreveu esse documento.
       Quando se pensa sobre a sociedade, pensa-se sempre em homens interagindo entre si, mediando suas relações com as instituições políticas, sociais e econômicas, historicamente constituídas. Porém, existe também a relação com objetos As instituições não são corpos etéreos, elas se realizam no processo social mediante um sistema de objetos.PCN, Pg. 38

          Trechos como esse dão a impressão que o PCN é um documento realmente comprometido com um ensino de Geografia no ensino fundamental com qualidade e há até um pouco de verdade ou coerência em suas páginas que podem ajudar o professor como este trecho: “A preocupação em colocar o lugar como eixo temático e como categoria analítica está relacionada tanto às oportunidades que oferece para o estudo do cotidiano do aluno como à possibilidade de pensar sobre a Geografia no interior das novas correntes de pensamento.” PCN, Pg58. Por isso eu afirmo que o PCN pode colaborar com os discentes de Geografia do ensino fundamental, porém fica sempre aquela sensação de que o papel aceita tudo. Há também uma distância do mesmo da realidade da sala de aula, mas aqui é uma critica pessoal minha cabendo a quem desejar fazer sua própria leitura.

             Mas a minha preocupação maior depois de terminar a leitura do PCN é pelo fato que o mesmo cita até bastante se comparado com outros documentos elaborados pelo governo para a educação pública, a grande desigualdade de renda no país, mas não senti um tratamento que deve ter em qualquer projeto direcionado a solucionar os problemas sofridos pela educação pública no nosso país. A má distribuição de renda no Brasil em minha opinião deve ser sempre encarada como uma das feridas sociais do Brasil e no mundo, responsável por inúmeros problemas em nossa sociedade e entre esses as mazelas de nossa educação pública que tem uma qualidade duvidosa.



NOTA: O PCN PODE SER ENCONTRADO NO SITE DO MEC (ministério da educaçõa).



COMANDANTE: VALDERRAMA, AO SOM DE RAMONES PUNK ROCK DAS ANTIGAS.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

LIBERDADE

Sempre estamos do lado da liberdade, sempreeeeeeeee
Manifesto da #MarchadaLiberdade


Convite à liberdade

    Prisões, tiros, bombas, estilhaços, assassinatos. Por todo o país, protestos legítimos estão sendo reprimidos com ataques violentos da força policial. Querem nos calar.
     Avenida Paulista, 21 de maio de 2011: Marcha da Maconha. A história se repete. A tropa de choque, sob os olhos do governo e da mídia, avança sem piedade sobre manifestantes armados apenas com palavras e faixas. As imagens do massacre à liberdade de expressão, registradas por câmeras, corpos e corações, ecoaram na rede e nas ruas com um impacto de mil bombas de efeito moral, causando indignação e despertando as pessoas de um estado anestésico. O que governo algum poderia desejar estava acontecendo: o povo começou a se organizar. Desta vez, não baixaríamos a cabeça.

      Sete dias depois, defensores das mais diversas causas, vítimas das mais diferentes injustiças, estavam de volta ao mesmo local para dar uma resposta à opressão. As ruas de São Paulo foram tomadas por 5 mil pessoas de todas as cores, crenças e bandeiras. Na Internet, uma multidão espalhava a mensagem como vírus pelas redes sociais. Naquele dia, o Brasil marchou unido por um mesmo ideal. Nascia ali a Marcha da Liberdade.
     Não somos uma organização. Não somos um partido. Não somos virtuais. Somos REAIS. Uma rede feita por gente de carne e osso. Organizados de forma horizontal, autônoma, livre.

     Temos poucas certezas. Muitos questionamentos. E uma crença: de que a Liberdade é uma obra em eterna construção. Acreditamos que a liberdade de expressão seja a base de todas as outras: de credo, de assembléia, de posições políticas, de orientação sexual, de ir e vir. De resistir. Nossa liberdade é contra a ordem enquanto a ordem for contra a liberdade.

 Convocamos:

      Todos aqueles que não se intimidam, e que insistem em não se calar diante da violência. Contamos com as pernas e braços dos que se movimentam, com as vozes dos que não consentem. Ligas, correntes, grupos de teatro, dança, coletivos, povos da floresta, grafiteiros, operários, hackers, feministas, bombeiros, maltrapilhos e afins. Associações de bairros, ONGs, partidos, anarcos, blocos, bandos e bandas. Todos os que condenam a impunidade, que não suportam a violência policial repressiva, o conservadorismo e o autoritarismo do judiciário e do Estado. Que reprime trabalhadores e intimida professores. Que definha o serviço público em benefício de interesses privados.
Ciclistas, lutem pelo fim do racismo. Negros, tragam uma bandeira de arco-íris. LGBTT, gritem pelas florestas. Ambientalistas, cantem. Artistas de rua, defendam o transporte público.
Pedestres, falem em nome dos animais. Vegetarianos, façam um churrasco diferenciado!
Nossas reivindicações não têm hierarquia. Todas as pautas se completam na perspectiva da luta por uma sociedade igualitária, por uma vida digna, de amor e respeito mútuos. Somos todos pedestres, motoristas, cadeirantes, catadores, estudantes, trabalhadores. Somos
todos idosos, índios, travestis. Somos todos nordestinos, bolivianos, brasileiros, vira-latas.

      E somos livres.
     Você tem poder! Nossa maior arma é a conscientização. Faça um vídeo, divulgue nas suas redes sociais, arme sua intervenção, converse em casa, no almoço do trabalho, no intervalo da escola. Compartilhe suas propostas nas paredes, no seu blog, no seu mural. Reúna-se localmente, convoque seus amigos, erga suas bandeiras, vá às ruas.
Estamos diante de um momento histórico global. Pela primeira vez, temos chance real de conquistar a liberdade. O mundo está despertando. Levante-se do sofá e vá à luta. Vamos juntos construir o mundo que queremos!

Espalhe a rebelião. #marchadaliberdade #worldrevolution

Princípios do movimento:

- Liberdade de organização e expressão;


- Contra a repressão e a violência policial em qualquer âmbito da sociedade;

- Contra o conservadorismo que pauta o judiciário e o Estado.

Reivindicação geral:

- Regulamentação que proíba o uso de armamentos pela polícia em manifestações
sociais.


Veja onde será a Marcha da Liberdade na sua cidade no dia 18 de junho

http://www.marchadaliberdade.org/2011/06/a-marcha-pelo-brasil/

valderrama
contato: leomedrado@yahoo.com.br  @sabotagemche






quinta-feira, 2 de junho de 2011

REVOLUÇÃO

A pensar nas eleições


               Os jovens acampados no Rossio e nas praças de Espanha são os primeiros sinais da emergência de um novo espaço público – a rua e a praça – onde se discute o sequestro das atuais democracias pelos interesses de minorias poderosas e se apontam os caminhos da construção de democracias mais robustas, mais capazes de salvaguardar os interesses das maiorias. A importância da sua luta mede-se pela ira com que investem contra eles as forças conservadoras. O artigo é de Boaventura de Sousa Santos.

Boaventura de Sousa Santos



             Nos próximos tempos, as elites conservadoras europeias, tanto políticas como culturais, vão ter um choque: os europeus são gente comum e, quando sujeitos às mesmas provações ou às mesmas frustrações por que têm passado outros povos noutras regiões do mundo, em vez de reagir à europeia, reagem como eles. Para essas elites, reagir à europeia é acreditar nas instituições e agir sempre nos limites que elas impõem. Um bom cidadão é um cidadão bem comportado, e este é o que vive entre as comportas das instituições.

           Dado o desigual desenvolvimento do mundo, não é de prever que os europeus venham a ser sujeitos, nos tempos mais próximos, às mesmas provações a que têm sido sujeitos os africanos, os latino-americanos ou os asiáticos. Mas tudo indica que possam vir a ser sujeitos às mesmas frustrações. Formulado de modos muito diversos, o desejo de uma sociedade mais democrática e mais justa é hoje um bem comum da humanidade. O papel das instituições é regular as expectativas dos cidadãos de modo a evitar que o abismo entre esse desejo e a sua realização não seja tão grande que a frustração atinja níveis perturbadores.
  
         Ora é observável um pouco por toda a parte que as instituições existentes estão a desempenhar pior o seu papel, sendo-lhes cada vez mais difícil conter a frustração dos cidadãos. Se as instituições existentes não servem, é necessário reformá-las ou criar outras. Enquanto tal não ocorre, é legítimo e democrático atuar à margem delas, pacificamente, nas ruas e nas praças. Estamos a entrar num período pós-institucional.

           Os jovens acampados no Rossio e nas praças de Espanha são os primeiros sinais da emergência de um novo espaço público – a rua e a praça – onde se discute o sequestro das atuais democracias pelos interesses de minorias poderosas e se apontam os caminhos da construção de democracias mais robustas, mais capazes de salvaguardar os interesses das maiorias. A importância da sua luta mede-se pela ira com que investem contra eles as forças conservadoras. Os acampados não têm de ser impecáveis nas suas análises, exaustivos nas suas denúncias ou rigorosos nas suas propostas. Basta-lhes ser clarividentes na urgência em ampliar a agenda política e o horizonte de possibilidades democráticas, e genuínos na aspiração a uma vida digna e social e ecologicamente mais justa.


         Para contextualizar a luta das acampadas e dos acampados, são oportunas duas observações. A primeira é que, ao contrário dos jovens (anarquistas e outros) das ruas de Londres, Paris e Moscou no início do século XX, os acampados não lançam bombas nem atentam contra a vida dos dirigentes políticos. Manifestam-se pacificamente e a favor de mais democracia. É um avanço histórico notável que só a miopia das ideologias e a estreiteza dos interesses não permite ver. Apesar de todas as armadilhas do liberalismo, a democracia entrou no imaginário das grandes maiorias como um ideal libertador, o ideal da democracia verdadeira ou real. É um ideal que, se levado a sério, constitui uma ameaça fatal para aqueles cujo dinheiro ou posição social lhes tem permitido manipular impunemente o jogo democrático.

       A segunda observação é que os momentos mais criativos da democracia raramente ocorreram nas salas dos parlamentos. Ocorreram nas ruas, onde os cidadãos revoltados forçaram as mudanças de regime ou a ampliação das agendas políticas. Entre muitas outras demandas, os acampados exigem a resistência às imposições da troika para que a vida dos cidadãos tenha prioridade sobre os lucros dos banqueiros e especuladores; a recusa ou a renegociação da dívida; um modelo de desenvolvimento social e ecologicamente justo; o fim da discriminação sexual e racial e da xenofobia contra os imigrantes; a não privatização de bens comuns da humanidade, como a água, ou de bens públicos, como os correios; a reforma do sistema político para o tornar mais participativo, mais transparente e imune à corrupção.


A pensar nas eleições acabei por não falar das eleições. Não falei?

DO SITE http://www.cartamaior.com.br/  UM ARTIGO INTERESSANTE SOBRE AS REVOLUÇÕES SOCIAIS NO MUNDO.

leomedrado@yahoo.com.br   @sabotagemche