quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MOBILIZAÇÃO.

       A mobilização tem que geral, todos os setores da sociedade tem que ser reunirem e defenderem um mundo elhor para todos, só assim construiremos uma sociedade, onde todos terão as mesmas oportunidades, independentemente de classe, cor ou origem. Fico feliz quando leio noticias como essa, me faz sentir que é possível um mundo melhor. Viva a organização social de todos. UM MUNDO MELHOR É POSSÍVEL!!!!!


Valderrama.
    

Marcha das Margaridas reúne 70 mil em Brasília

Mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta tiveram como lema desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

Por Redação* [17.08.2011 18h15]

Cerca de 70 mil mulheres – a grande maioria trabalhadoras rurais – protestaram desde segunda-feira, 15, na capital federal na quarta edição da Marcha das Margaridas. Elas lutam contra a fome, a pobreza e todas as formas de violência, exploração, discriminação e dominação e para avançar na construção da igualdade para as mulheres. Neste ano, o lema escolhido foi o desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade. A agroecologia foi defendida, em contraposição ao uso dos agrotóxicos e do agronegócio.

     O nome da marcha é uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves. Margarida Alves ocupou por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
      “Aqui as mulheres, Margaridas, são um sujeito político. É uma construção feminista, popular e militante. A nossa plataforma aqui articula as questões mais gerais de mudança do modelo com as questões mais concretas da vida de cada uma das mulheres que no dia a dia produz os alimentos que vão parar nas mesas da cidade”, escreveu a feminista Tica Moreno, que está participando do movimento, no Blogueiras Feministas.
      “Pra cada uma dessas mulheres estarem aqui, rolaram debates, vendas de rifa, brechós, festas e livro ouro”, disse Tica, em referência às dificuldades que cada mulher enfrentou para estar em Brasília. Ela ainda destacou que muitas tiveram que negociar em casa, com maridos, para ver quem ficava com os filhos. “No feminismo tem uma palavra que sempre aparece que é ‘empoderamento’. Isso que tá acontecendo aqui é mais que empoderamento. É poder.”
      A Marcha das Margaridas é coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura – Contag, por 27 Federações – Fetag’s e mais de 4000 sindicatos, sua realização conta com ampla parceria, inclusive a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e a CUT.

Com informações das Blogueiras Feministas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

UNS DOS MOTIVOS DA DESIGUALDADE NO BRASIL.

       Noticias pelo BRASIL que nos mostra o motivo da desigualdades social no país, essa notícia da imprensa do estado do PIAUÍ é importante por ser um estudo acadêmico revelador de uma elite reinante na política daquele estado. Isso é notado como vamos passear por lá ou então pesquisamos sobre o nordeste. Por isso que é necessário uma revolução social logo, por uma igualdade de renda e de poder entre todos no BRASIL e no mundo.

VALDERRAMA, 23/08/11

NOTICIA DO DIARIO DO PIAUÍ, JORNAL LOCAL DO ESTADO.

         Governo de poucos, ou o domínio do poder político nas mãos de um grupo reduzido de pessoas, é uma realidade bastante clara na política piauiense. É o que atestam estudos produzidos por pesquisadores e estudiosos da Universidade Federal do Piauí, parte deles apresentados em ciclo de palestras realizado na Academia Piauiense de Letras, na manhã do último sábado.
     O evento foi realizado pelo Mestrado em Ciência Política da UFPI, em parceria com a APL. Dos seis trabalhos apresentados, pelo menos três citaram a oligarquia como um traço bem marcante da política piauiense. O cientista político Cléber de Deus, coordenador do mestrado, disse que os estudos reafirmam o "caráter oligárquico e restrito" da política piauiense. "O poder político e administrativo no Piauí sempre esteve nas mãos de poucos, de uma pequena elite política que se reveza no poder", observa.
     Para ele, esse caráter oligár-quico também pode ser visto em estados mais ricos, como São Paulo, por exemplo. "A diferença é que lá (em São Paulo), a elite política já evoluiu administrativamente; aqui, a elite continua atrasada, com forte tradição familiar", observa. O evento contou com palestras de Cléber de Deus, que falou sobre o tema "É a Politica Piauiense Oligárquica?"; do jornalista Zózimo Tavares, sobre "Petrônio Portela - A Política como Vocação"; da mestranda em Ciência Política Mariana Benigno, sobre "Padrões de Carreira dos Deputados Estaduais Piauienses no Pós-1988"; do mestre em Ciência Política Jose Marcílio, que falou sobre "A Trajetória do PMDB Piauiense"; da mestre em Ciência Política Cristiane Adad, sobre "Mestre em Ciência Política - O Albertismo: Mito e Realidade"; e da também mestre em Ciência Política  Sara Epitácio, sobre "Ascensão e Declínio do PFL Piauiense".
       Zózimo Tavares, editor-chefe do DIÁRIO DO POVO, disse que o evento é uma demonstração de que a universidade está produzindo estudos sobre temas de interesse do Piauí. Zózimo disse que Petrônio Portela deu a vida pelas liberdades democráticas. E fez isso pelo caminho mais difícil: embora militasse na esquerda, se "enfronhou" entre os militares pós-golpe de 64 e conseguiu ser o "chefe civil do Governo Militar". Segundo Zózimo, se não tivesse morrido, Petrônio teria sido indicado candidato à Presidência, tendo Tancredo Neves como vice.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

REVOLTA COM UM PÉ NO SOFRIMENTO DO PASSADO.

      Do site http://www.cartamaior.com.br/ um texto que de forma coesa e simples nos faz ver que as revoltas populares não acontecem por acaso e tem quase sempre um viés histórico, bom também para nunca fazermos um recorte de uma situação alalisando a do ponto de vista da mídia de direita.



Chile: tensão nas grandes alamedas, tensão na memória
      O governo chileno acaba de divulgar uma nova cifra oficial dos mortos e desaparecidos durante a ditadura do general Augusto Pinochet, que durou de 1973 a 1990: 3.065. Com isso, o total de vítimas – entre presos, seqüestrados, torturados, executados e desaparecidos – chega a exatos 40.018. O anúncio coincide com um período de profundas turbulências enfrentadas pelo primeiro presidente de direita eleito desde o fim da ditadura. O artigo é de Eric Nepomuceno.
Data: 22/08/2011
  
     Como se fosse preciso atualizar a contabilidade do horror, o governo chileno acaba de divulgar uma nova cifra oficial dos mortos e desaparecidos – um neologismo criado na América do Sul para se referir aos assassinados pelo terrorismo de Estado cujos cadáveres sumiram para sempre – durante a ditadura do general Augusto Pinochet, que durou de 1973 a 1990: 3.065. Com isso, o total de vítimas – entre presos, seqüestrados, torturados, executados e desaparecidos – chega a exatos 40.018. Não são contabilizados os exilados, nem os familiares das vítimas.
    O número aparece no relatório de 60 páginas entregue ao presidente Sebastián Piñera na quinta-feira, 18 de agosto, por uma comissão integrada por advogados e especialistas em direitos humanos que trabalharam durante um ano e meio com rigor extremo. Tão extremo, que associações de vítimas e familiares protestaram de maneira contundente: dizem ser impossível que, de um total de 32 mil novas denúncias, apenas 9.800 tenham sido consideradas válidas.
    O primeiro levantamento sobre vítimas da ditadura chilena começou a ser preparado em 1991, quando foi criada a primeira Comissão da Verdade e Reconciliação. O chamado "Relatório Rettig" limitou-se a contabilizar execuções e desaparições, e chegou a 2.279 pessoas. Em 2003 foi criada a Comissão Valech, que leva o nome do valioso bispo católico que moveu céus e terras para chegar à verdade sobre o terror dos tempos de Pinochet. O objetivo da comissão era ampliar o exame do horror. Num primeiro relatório, chegou-se a 28.459 casos de prisões ilegais, tortura, execuções e desaparecimentos. O religioso morreu durante o trabalho do grupo, que pediu mais prazo para chegar a um segundo relatório – esse, cujos resultados foram agora divulgados de maneira discretíssima pelo governo.
    O tema é perigoso porque ainda paira entre os militares chilenos um incômodo mal-estar provocado por esse mergulho no passado sombrio do país. E também porque o anúncio coincide com um período de profundas turbulências enfrentadas pelo primeiro presidente de direita eleito desde o fim da ditadura. Os protestos dos estudantes que se repetem há quase quatro meses desgastaram de maneira cruel a imagem de Piñera. Não há solução à vista, e cresce a cada semana o apoio de amplos setores da população às reivindicações dos jovens, que agora marcham acompanhados por professores, funcionários públicos, donas de casa, profissionais liberais e trabalhadores.
     Exigem educação pública gratuita (no Chile, as universidades públicas passaram a cobrar mensalidade na ditadura, e ninguém conseguiu reverter esse quadro; além disso, as universidades privadas, proibidas de ter lucro, ganham milhões graças à subvenção que recebem do Estado), e Piñera não teve idéia melhor que responder a eles dizendo ‘isso, todo mundo quer, mas nada é de graça nessa vida’.
     Tudo isso acontece no momento em que se torna cada vez mais claro que o tão decantado modelo chileno, que deveria ser modelo para toda a América Latina – louvado pelos grandes organismos financeiros internacionais, pela direita em geral e pelos defensores do neoliberalismo em particular – revela sua verdadeira face.
    Que o Chile vive um auge econômico, ninguém duvida. Mas os que se beneficiam dele estão longe de ser uma parcela ampla da população. Ao contrário: as desigualdades sociais são mais altas que a cordilheira dos Andes, mais evidentes que as montanhas nevadas e mais amplas que as grandes alamedas de Santiago.
    De toda a riqueza produzida pelo Chile, 55% ficam nas mãos dos 20% mais ricos da população. Entre 2006 e 2009, a renda dos trabalhadores cresceu 1%. A dos mais ricos, 9%. Em 2006, 13,7% da população vivia na pobreza. Três anos depois, os pobres passaram a ser 15,1% - justamente no período em que a economia mais cresceu.
    A estabilidade política fez do Chile o paraíso e a alegria dos investidores estrangeiros. Durante anos, o país foi considerado o mais perfeito modelo das bondades do neoliberalismo.
    Ninguém parecia notar os casos de jovens que terminam a faculdade pública e depois levam dez anos pagando o financiamento que receberam para estudar. Ninguém notou o aumento da pobreza, os abismos sociais se abrindo cada vez mais.
    É contra isso que os chilenos protestam. E também contra os engodos e miragens de um modelo que começou a ser desmascarado.
Por trás do louvado milagre existe uma verdade: a de uma segregação social perversa e persistente, que agora explodiu e chega às ruas e alamedas de Santiago.

RELATO DA SEMANA.

A SEMANA
         Bom, trabalhei bastante, fui num sebo, andei de bike e só para variar discuti um pouco de política e problemas sociais, com aquela velha idéia esquerdista radical.
   O meu serviço é algo entre a exploração e o prazer de fazer algo social, por ser na área de Habitação, atendo pessoas com problemas sociais e recebo um salário pouco se comparado com colegas aqui no setor, mas tudo bem, isso só me dar mais força para lutar contra o sistema opressor.Comprei um disco de vinil do LUIZ GONZAGA, 2 DE CANTORES CUBANOS E UM DA NÁ OZZETTI, não os ouvi, mas fiquei contente em os encontrar num brechó aqui em CAMPINAS.Distribui uns 20 panfletos nas ruas de CAMPINAS, é louco quando faço isso, uns recebe outros não, uns me olham como louco, mas fico contente, pois é minha maneira de fazer a revolução social.
         Fui esses dias para o serviço de bike, o que me proporciona um prazer, há também comecei a fazer academia, algo que sempre achei uma ação desprezível, mas enfim iniciei, achando um absurdo, mas agora já piro é meio sinistro ver aqueles se mostrando com excesso de músculo, mas depois nem ligo e como fico muito tempo parado, tenho que fazer exercício físico. E para fechar a semana fui ao shopping dom Pedro assistir onde mora a felicidade, filme nacional do diretor CARLOS ALBERTO RICCELI, com SUA ESPOSA BRUNA LOMBARDI, e no começo do filme estava achando ridículo, fui assistir por ser nacional e só ter em cartaz filmes sem comprometimento com um mínimo de bom senso tipo, CAPITÃO AMÉRICA E LATERNA VERDE, filmes alienantes a serviço do imperialismo estadudinense, mas com o desenrolar do filme me deparei com uma fotografia excepcional compaisagnes da Espanha do famoso caminho de campostela, sem palavras, muito bom mesmo recomendo, pois além do mais tem uma trilha sonora legal com músicas latina e termina no PIAUÍ com imagens do parque nacional onde se encontra belíssimos registros dos primeiro homens habitantes da terra. Comum forró daqueles bem tradicionais do nordeste, muito bom mesmo o filme.
        Bom era isso, há ia esquecendo também terminei de ler o livro de uma autor chileno, esqueci o nome, perdão, o título do livro é: “TERRA DO FOGO” onde o autor narra histórias acontecidas nessa região sul do contenente americano, muito bom para se conhecer o lugar sem ir lá, comecei lei a biografia do BOB MARLEY, “QUEIMANDO TUDO”mas tive que parar, pois uma pessoa aqui no serviço apareceu com um livro de autoria de um espanhol, e como estou fissurado nessa literatura oriunda dessa região vou começa a lê-lo já, o título do livro é: “MUNDO” de autoria de : JUAN JOSÉ MILLÁS.

VALDERRAMA, 22/08/2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LUTAS SOCIAIS.

Para entendermos esse período é sempre bom ler um intelectual comprometido com as lutas sociais.

VALDERRAMA


Boaventura de Sousa Santos: Os limites da ordem

As sociedades contemporâneas estão gerando um combustível altamente inflamável que flui nos subsolos da vida coletiva. Trata-se de um combustível constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância e o sequestro da democracia por elites privilegiadas, com a consequente transformação da política na administração do roubo “legal” dos cidadãos e do mal estar que provoca.

Os violentos distúrbios ocorridos na Inglaterra não devem ser vistos como um fenômeno isolado. Eles representam um perturbador sinal dos tempos. Sem se dar conta, as sociedades contemporâneas estão gerando um combustível altamente inflamável que flui nos subsolos da vida coletiva. Quando chegam à superfície, podem provocar um incêndio social de proporções inimagináveis.
       Trata-se de um combustível constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância e o sequestro da democracia por elites privilegiadas, com a consequente transformação da política na administração do roubo “legal” dos cidadãos e do mal estar que provoca.
   Cada um destes componentes têm uma contradição interna: quando se superpõem, qualquer incidente pode provocar uma explosão.

- Desigualdade e individualismo. Com o neoliberalismo, o aumento brutal da desigualdade social deixou de ser um problema para passar a ser uma solução. A ostentação dos ricos e dos multimilionários transformou-se na prova do êxito de um modelo social que só deixa miséria para a imensa maioria dos cidadãos, supostamente porque estes não esforçam o suficiente para ter sucesso na vida. Isso só foi possível com a conversão do individualismo em um valor absoluto, o qual, paradoxalmente, só pode ser experimentado como uma utopia da igualdade, a possibilidade de que todos prescindam igualmente da solidariedade social, seja como seus agentes, seja como seus beneficiários. Para o indivíduo assim concebido, a desigualdade unicamente é um problema quando ela é adversa a ele e, quando isso ocorre, nunca é reconhecida como merecida.

- Mercantilização da vida. A sociedade de consumo consiste na substituição das relações entre pessoas pelas relações entre pessoas e coisas. Os objetos de consumo deixam de satisfazer necessidades para criá-las incessantemente e o investimento pessoal neles é tão intenso quando se tem como quando não se tem. Os centros comerciais são a visão espectral de uma rede de relações sociais que começa e termina nos objetos. O capital, com sua sede infinita de lucros, submeteu à lógica mercantil bens que sempre pensamos que eram demasiado comuns (como a água e o ar) ou demasiado pessoais (a intimidade e as convicções políticas) para serem comercializados no mercado. Entre acreditar que o dinheiro media tudo e acreditar que se pode fazer tudo para obtê-lo há um passo muito menor do que se pensa. Os poderosos dão esse passo todos os dias sem que nada ocorra a eles. Os despossuídos, que pensam que podem fazer o mesmo, terminam nas prisões.

- O racismo da tolerância. Os distúrbios na Inglaterra começaram com uma dimensão racial. O mesmo ocorreu em 1981 e nos distúrbios que sacudiram a França em 2005. Não é uma coincidência: são irrupções da sociabilidade colonial que continua dominando nossas sociedades, décadas depois do fim do colonialismo político. O racismo é apenas um componente, já que em todos os distúrbios mencionados participaram jovens de diversos grupos étnicos. Mas é importante, porque reúne a exclusão social com um elemento de insondável corrosão da autoestima, a inferioridade do ser agravada pela inferioridade do ter. Em nossas cidades, um jovem negro vive cotidianamente sob uma suspeita social que existe independentemente do que ele ou ela seja ou faça. E esta suspeita é muito mais virulenta quando se produz em uma sociedade distraída pelas políticas oficiais de luta contra a discriminação e pela fachada do multiculturalismo e da benevolência da tolerância.

- O sequestro da democracia. O que há em comum entre os distúrbios na Inglaterra e a destruição do bem estar dos cidadãos provocada pelas políticas de austeridade dirigidas pelas agências classificadoras e os mercados financeiros? Ambos são sinais das extremas limitações da ordem democrática. Os jovens rebeldes cometeram delitos, mas não estamos frente a uma “pura e simples” delinquência, como afirmou o primeiro ministro David Cameron. Estamos frente a uma denúncia política violenta de um modelo social e político que tem recursos para resgatar os bancos, mas não para resgatar os jovens de uma vida de espera sem esperança, do pesadelo de uma educação cada vez mais cara e irrelevante dado o aumento do desemprego, do completo abandono em comunidades que as políticas públicas antissociais transformaram em campos de treinamento da raiva, da anomia e da rebelião.

Entre o poder neoliberal instalado e os rebeldes urbanos há uma simetria perturbadora. A indiferença social, a arrogância, a distribuição injusta dos sacrifícios estão semeando o caos, a violência e o medo, e aqueles que estão realizando essa semeadura vão dizer amanhã, genuinamente ofendidos, que o que eles semearam nada tinha a ver com o caos, a violência e o medo instalados nas ruas de nossas cidades. Os que promovem a desordem estão no poder e poderiam ser imitados por aqueles que não têm poder para colocá-los em ordem.

(*) Doutor em Sociologia do Direito; professor nas universidades de Coimbra (Portugal) e Wisconsin (EUA).

(**) Traduzido por Katarina Peixoto da versão em espanhol publicada no jornal Página/12

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

KARL MARX

    Uma visão importante para nos ajudar a entender esse momento tão conturbado na economia do mundo que os detentores do poder insistem em continuar acreditando num modelo onde só os pobres sofrem, já eles os ricos continuaram ganhando sempre. Bom para todos sempre lert KARL MARX para continuarmos lutando contra o capitalismo selvagem, um discurso que parece anacrônico.
         DO SITE: http://www.cartamaior.com.bre/
VALDERRAMA.

Nouriel Roubini: “Karl Marx estava certo”

    Na avaliação de Nouriel Roubini, professor de economia na Universidade de Nova York, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente por Karl Marx há mais de um século. Roubini, que há quatro anos previu a crise financeira global diz que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

     Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.
       O professor de economia da Universidade de Nova York, doutor Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.
     Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

    A crítica de Marx em vigor, agora
     Dentre outras teorias, Marx argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema econômico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.
     Agora, na atual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.
     “Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de demanda agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.
     Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma demanda agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável.
      Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.
     Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zumbis, bancos zumbis e governos zumbis”, disse ele.
    Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas
 Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do atual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).
    No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão atualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência atual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.
     Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o atual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.
     Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a demanda, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implemented by the U.S. debt deal act.
 Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egito e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem econômica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egito, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem econômica atual não está experimentando uma crise não é correto.

Fonte: http://http//www.ibtimes.com/articles/197468/20110813/roubini-nouriel-roubini-dr-doom-financial-crisis-debt-crisis-europe.htm

Tradução: Katarina Peixoto

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PANFLETAGEM

       HOJE ENTREGUEI UM MONTÃO DE PANFLETOS DA ÚLTIMA EDIÇÃO DO "SABOTAGEMCHE", FICO CONTENTE QUANDO REALIZO ESSA AÇÃO, POIS SINTO QUE FAÇO ALGUMA COISA CONTRA O SISTEMA OPRESSSOR. HÁ PESSOAS QUE NÃO QUEREM NEM VER, JÁ OUTRAS PEGAM E AINDA ME AGRADECEM.
            VOU CONTINUAR ESCREVENDO E DISTRIBUINDO O MEU PANFLETO, SE VAI SER ÚTIL, NÃO SEI, MAS VOU CONTINUAR E QUE OS GRANDES REVOLUCIONÁRIOS ME DEÊM FORÇA.

VALDERRA, 1708/2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DIÁRIO DA ÚLTIMA SEMANA

DIÁRIO DE BORDO

      Foi uma semana como outra qualquer, porém como disse um dia o poeta, a vida nos reserva surpresas, trabalhei todos os dias, comprei uns vinis, uma raridade da ANGELA RO RO e um do MEGADETH.
         Peguei vários ônibus lotados, fico pensando sempre nesse momento como o pobre sofre e na irracionalidade que é o poder público não investir em transporte público, penso também na inércia do povo, pois os mesmos na se revoltam contra as empresas de ônibus que desrespeitam o trabalhador, será que nenhum político ver essa situação?
         Bom foi uma semana louca, há ia esquecendo terminei de ler o livro do LOBÃO, 50 anos a mil, muito legal esse livro, pois lógico a História do LOBÃO é louca, mas o livro retrata uma parte da História de repressão contra os artista no período militar, recomendo para todos a leitura desse livro, fiquei sabendo do SHOW dele em CAMPINAS de graça no shopping dom Pedro, fiquei louco em ir, mas acho que não vai dar para ir, pois tenho uns corre na vida pessoal, fica para a próxima, li o livro e foi umas leituras mais loucas na minha vida.Fui na biblioteca. Peguei dois livros, a biografia do BOB MARLEY e um de uma autor chileno que não conhecia, agora leio tudo da AMÉRICA LATINA, bom lógico que aconteceu mais coisa na minha vida essa semana, mas não lembro agora,Há!!! fui num concerto de música clássica domingo no teatro de PAULÍNIA e curti muito.
      É só isso por enquanto e continuo em leituras e assistindo vídeos revolucionários para me munir de armas e lutar contra o sistema opressor.


VALDERRAMA, SEGUNDA SEMANA DE 08/11
       

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

REVOLUÇÃO SOCIAL.

Do site cartamaior.com.br um texto que nos ajuda a entender melhor o levante na inglaterra.
Valderra

Londres: por que aqui, por que agora?

Por que são sempre as mesmas áreas que se insurgem primeiro, o que quer que seja a causa? Pura coincidência? Estará relacionado com a raça, a classe, a pobreza institucionalizada e a tristeza da vida difícil do dia-a-dia? Não importa o Partido, não importa a cor de pele do deputado, eles reproduzem sempre os mesmos clichês. O artigo é de Tariq Ali.
Data: 10/08/2011

   Os políticos da coligação (incluindo o New Labour, que provavelmente se juntará a um “governo de salvação” se a recessão continuar) com as suas ideologias petrificadas não podem dizê-lo porque os três partidos continuam igualmente responsáveis pela crise. Eles criaram esta confusão.
     Eles privilegiam os ricos. Querem que fique claro que juízes e magistrados devem dar o exemplo, punindo severamente jovens apanhados com saques. No entanto, nunca questionaram seriamente o fato de não haver acusações às mais de mil mortes de cidadãos sob custódia policial, desde 1990. Não importa o Partido, não importa a cor de pele do deputado, eles reproduzem sempre os mesmos clichês. Sim, sabemos todos que a violência nas ruas de Londres é má. Sim, sabemos que pilhar lojas não é correto. Mas porquê agora? Por que isso não aconteceu o ano passado? Porque as resistências às injustiças crescem com o tempo, porque quando o sistema provoca a morte de um jovem cidadão negro de uma comunidade pobre, em simultâneo, mesmo que inconscientemente, provoca uma resposta.

     E as coisas podem piorar se os políticos e a elite financeira, com o apoio dos meios de comunicação públicos e os de Murdoch, falham na retomada econômica e decidem punir os pobres e os precários pelas políticas que eles próprios aplicaram nas três últimas décadas. Desumanizar o “inimigo”, em casa ou no estrangeiro, criando o medo e a prisão sem julgamento digno é uma estratégia que não pode funcionar para sempre.

       Se houvesse um partido de oposição sério neste país, estaria reivindicando o desmantelamento deste sistema neoliberal com pilares instáveis antes que ele desmorone por si e afete ainda mais gente. Por toda a Europa, as diferenças que separavam o centro-direita do centro-esquerda, que separavam os conservadores dos sociais-democratas, desapareceram. A fusão entre políticas oficiais dos partidos confundem propositadamente os segmentos mais desfavorecidos do eleitorado, a maioria.

    Os jovens negros desempregados ou semi-empregados de Tottenham, Hackney, Enfield e Brixton sabem perfeitamente que o sistema está a atacá-los. O zurrar dos políticos não tem real impacto na maior parte das pessoas, quanto mais naquelas que atiçam o fogo nas ruas de Londres. Os fogos vão ser apagados. Haverá uma espécie de inquérito patético ou algo semelhante para investigar as razões do assassinato de Mark Duggan, remorsos serão expressos, haverá flores da polícia no funeral. Os manifestantes detidos serão punidos e todos terão uma sensação de alívio e continuarão com a sua vida, até que isto tudo volte a acontecer.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ÚLTIMA EDIÇÃO DO NOSSO PANFLETO.

SABOTAGEMCHE16


       Uma região que Historicamente passou por vários momentos de turbulências, seja em guerras contra os países “colonizadores” ou levantes de parte de sua população em protestos contra uma elite rica e exploradora dentro do próprio país, essa é a AMÉRICA LATINA um mosaico efeverscente de culturas e riquezas naturais.
        Quando se olha ou visita a AMÉRICA LATINA a primeira impressão que se tem é de um lugar pobre e de um povo atrasado, porém, ao pesquisarmos sobre sua História iremos constatar algo esclarecedor e revoltante ao mesmo tempo, primeiro: que nessa região há uma das maiores riquezas do mundo seja ela natural, com enormes jazidas minerais e vastas florestas com uma fauna e flora sem comparação e com uma cultura indígena milenar ímpar no mundo, e por último podemos afirmar que os povos da AMÉRICA LATINA sofreram durante muito tempo um processo de exploração e colonização realizadas por inúmeros países EUROPEUS ávidos por riquezas. Países como o BRASIL que desde a chegada dos portugueses sofreram uma exploração e roubo de suas riquezas naturais que eram enviadas a coroa PORTUGUESA, os mesmos mataram vários povos que viviam no território hoje denominado BRASIL, outro caso clássico é o do MÉXICO onde os ESPANHÓIS enganaram os povos que lá viviam para depois os dizimarem quase que por completo, usando para isso desde armas bélicas até o uso de contaminação com doenças mortais para os povos indígenas, sofrem até hoje com uma desigualdade de renda e uma dependência econômica perante os países ricos.
             Um continente onde as tradições são uma marca importante de um povo que luta para não sucumbir de vez diante da violência imposta por uma cultura vinda dos países ricos do mundo que ver em cada país um lugar a ser explorado em benefício de uma elite, detentora dos meios de comunicação e de grandes conglomerados industriais, por isso podemos afirmar que a AMÉRICA LATINA tem um espírito guerreiro com uma crescente união entre os países reafirmado pela a chegado ao governo nos países da região de presidentes mais próximos aos movimentos sociais, como Lula no Brasil e Evo Morales na Bolívia.
             Enfim podemos concluir que a AMERICA LATINA tem uma história rica, um povo rico culturalmente, assim como belas e importantes riquezas naturais que merecem serem mais apreciadas e estudadas por todos nós, afinal vivemos no BRASIL um país que além de fazer parte desse continente, tem a obrigação de conhecer melhor seus irmãos para viver em uma união boa para todos os países do continente.

DICAS: Livros do EDUARDO GALEANO um dos maiores escritores da AMÉRICA LATINA autor do clássico “NAS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA” que narra a história de exploração que passou o continente. Outra dica para se sentir a cultura da AMÉRICA LATINA é ouvir as músicas da MERCEDES SOSSA uma experiência que nos aproxima dos povos da região.

Mais no Blog: http://valderramaleo.blogspot.com  e @sabotagemche

CONTATOS: leomedrado@yahoo.com.br

NOTICIAS DA AMÉRICA LATINA.

120 mil pessoas dizem não à educação de Pinochet
A bandeira de luta – que se mescla com as dos trabalhadores do setor de mineração do cobre, dos desempregados, dos ecologistas, dos sufocados pelo sistema creditício, entre outros milhares de anônimos cansados dos abusos – é o fim da lógica de mercado no setor, além da volta da gratuidade da educação pública para os setores de menor renda da população. Cerca de 200 mil pessoas saíram tranquilamente às ruas do país para protestar contra um governo de direita que já não os representa. O artigo é de Christian Palma, direto de Santiago de Chile.

Data: 10/08/2011

    Mais de 120 mil pessoas participaram da última marcha convocada pelo movimento estudantil – já foram sete desde que começaram as ocupações e greves em colégios e universidades – que exige uma reforma estrutural no modelo educacional vigente no Chile há mais de 30 anos. A bandeira de luta – que se mescla com as dos trabalhadores do setor de mineração do cobre, dos desempregados, dos ecologistas, dos sufocados pelo sistema creditício, entre outros milhares de anônimos cansados dos abusos – é o fim da lógica de mercado no setor, além da volta da gratuidade da educação pública para os setores de menor renda da população. Cerca de 200 mil pessoas saíram tranquilamente às ruas do país para protestar contra um governo de direita que já não os representa.

    A nova mobilização demonstrou a ampliação do apoio aos estudantes e o suporte que sustenta um movimento que já dura dois meses e que se fortaleceu com o apoio de 80% da sociedade às reivindicações estudantis, segundo as pesquisas.

     E os números se concretizaram nas ruas. Na manifestação desta terça-feira, participaram também alunos de colégios privados do setor mais acomodado de Santiago, diversos professores, apoderados, trabalhadores públicos e representantes de sindicatos empresariais que aumentaram sua solidariedade com os estudantes, após a feroz repressão do governo de Sebastian Piñera na semana passada. Foram detidos mais de 600 jovens, devido à estratégia das autoridades de não autorizar a marcha para aumentar a raiva e criminalizar o movimento social.

     O dia ensolarado de ontem ajudou a criatividade dos estudantes. Jovens disfarçados como o ex-presidente Salvador Allende, simbolizavam o que era o Chile antes do golpe militar de 1973: uma sociedade menos opulenta no consumo de bens e serviços, mas com um sistema educacional grátis para todos. “E vai cair, a educação de Pinochet”, escutava-se em meio à fila interminável de manifestantes”. Algumas quadras além, um avô mostrava com orgulho um cartaz que dizia: “marcho para que meus netos tenham educação gratuita como eu tive”.

    O eixo das reivindicações do movimento estudantil é justamente uma demanda estrutural que foi bloqueada por décadas, desde o governo militar, passando pelos governos da Concertação. Por isso, nos desfiles de cada marcha, encontram-se grandes bonecos que são réplicas dos últimos quatro presidentes desde que, em 1990, o Chile retornou à democracia, representando as reformas cosméticas feitas na educação, aprofundando a participação do setor privado em um bem social.

    Esse é também um dos motivos pelos quais a paciência dos cidadãos e estudantes está se esgotando: os bancos são os grandes protagonistas na histórica do lucro na educação, porque com o papel subsidiário do Estado, imposto por Pinochet, o setor financeiro privado pode administrar os recursos fiscais aplicados em uniformes para os jovens, mas com a cobrança adicional de juros mensais superiores inclusive aos cobrados sobre créditos imobiliários. Juan, um jovem formado em Direito, afirmava com outro cartaz: “estudei 5 anos e terei que pagar 20”.

    Outras jovens universitárias, carregando uma bandeira chilena, reclamavam a mesma coisa: “É a mesma coisa que se eu tivesse comprado uma casa”, dizia uma delas.

    Atualmente, mais de 100 mil estudantes encontram-se em situação de inadimplência, com uma dívida média de 2.700.000 milhões de pesos chilenos (mais de US$ 5.000). Em um país em que mais de um milhão de pessoas recebe por mês salários mínimos de US$ 377, é perfeitamente possível entender como os mais pobres ficam fora da universidade, enquanto que as classes medidas ficam empobrecidas por décadas.

    O desenvolvimento das chamadas universidades-empresa é a cereja do bolo, uma vez que funcionam por meio de direções privadas que não asseguram a adequada informação de qualidade e transparência. Nelas, a gestão da educação obedece à lógica do baixo custo em salários de professores e material acadêmico, e altas receitas das mensalidades, usufruindo dos subsídios de educação fornecidos pelo Estado.

   Uma estória a parte neste processo de aperta/afrouxa entre a sociedade civil e o governo de direita é a resposta mínima do presidente Piñera às demandas estudantis. Até o momento, foram feitos tíbios anúncios de maiores recursos (US$ 4 bilhões), sem detalhar, porém, como e a forma de financiamento.

    Mostrando o figurino da ortodoxia neoliberal da atual administração, os ministros do setor econômico descartaram uma eventual reforma tributária para aumentar os impostos das empresas, o que significou jogar gasolina no fogo dos estudantes.

    A jornada desta terça foi marcada por outro elemento que fez lembrar os piores momentos perpetrados pela ditadura de Pinochet: os supostos “infiltrados” da polícia chilena nas mobilizações.

   Segundo as lideranças estudantis, em cada marcha há policiais à paisana nas ruas para incendiar os ânimos e agitar as marchas. Essa suspeita se fortaleceu em Valparaíso, cidade-porto onde se localiza o Congresso Nacional. Durante a marcha, um grupo de manifestantes identificou, denunciou e perseguiu um possível policial infiltrado, que escapou, escondendo-se no Congresso. As autoridades do governo garantiram que investigarão este fato a fundo.

    Todos esses temas de fundo cruzam cada marcha dos estudantes chilenos, temperadas agora pelos chamados “panelaços” em apoio às mudanças estruturais na educação realizados por milhões de chilenos há uma semana em todas as cidades do país, tal como se fazia nos protestos contra a ditadura de Pinochet nos anos 80. As únicas pessoas que não ouviram essas demandas trabalham no Palácio de La Moneda, onde o presidente Piñera ainda não se pronunciou.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

EDIÇÃO DO NOSSO PANFLETO

SABOTAGEMCHE15
http://valderamaleo.blogspot.com

            Quando ouvimos falar repetidamente em um determinado assunto, seja na TV ou em conversa com as pessoas no nosso cotidiano, vem sempre um questionamento, mas afinal o QUE É ISSO? Pois bem, recentemente saiu com bastante freqüência nos meios de comunicação, que vários voos aqui na AMÉRICA DO SUL foram cancelados por causa das cinzas dos vulcões do CHILE, o que me levou a escrever sobre esse assunto, ou seja, o que vem a ser essas cinzas dos vulcões?  Lembrando que é a minha opinião o que não pode ser encarado como verdade absoluta, cabendo a quem pensar diferente pesquisar mais sobre o assunto.
           Antes de tudo, vou iniciar comentando sobre a composição DO PLANETA TERRA sem se aprofundar muito no assunto. A TERRA é dividida em CROSTA, MANTO e NÚCLEO que por sua vez é composto de minerais, como ferro em estado de fusão e solido dependendo da profundidade, esses ficam presos no interior da TERRA, mas quando há o aumento da pressão, os mesmos podem sair para o exterior da TERRA nos locais onde há encontro das placas tectônicas pelos Vulcões que são estruturas, ou aberturas que uma montanha tem, e que em alguns momentos saem gases e lavas. Com isso podemos afirmar que cinzas vulcânicas são compostas por partículas de rochas e minerais com cerca de 2 mm de diâmetro, misturadas em nuvens de vapor d’água e gases tóxicos de diversos tipos como SO2, SO, CO2, CO, NOX, H2 etc.
ALGUMAS  CONSIDERAÇÕES SOBRE OS VULCÕES:

    “Os vulcões podem estar sempre ativos, como os situados nas cordilheiras dos Andes, ou permanecer inativos por alguns séculos e, então,” despertar”.
        A Viscosidade da lava varia muito. Se for mais fluída, ela extravasa como as águas de um rio; se for mais espessa, ela pode lacrar a boca da cratera do vulcão e elevar a pressão dos gases acumulados, o que provocaria uma explosão catastrófica. Essas explosões lançam grandes blocos de lava, as bombas vulcânicas. Além disso, são liberadas enormes quantidades de poeira e material em suspensão, as cinzas vulcânicas.  Pg 25, E.E, Editora moderna, 2008.

DICAS:
    Indicamos nessa edição o intrigante documentário, À MARGEM DO XINGU – VOZES NÃO CONSIDERADAS, DE DAMIÀ PUIG, onde há relatos de ribeirinho, indígenas, agricultores e habitantes das margens do rio Xingu que serão afetados pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, que nos levam a acreditar que os grandes empresários em união com os governantes não pensam na população pobre e no meio ambiente, mas apenas em aumentar suas contas bancárias. Fica claro após assistir o documentário que a falta de uma educação de qualidade no Brasil é uma aliada muito forte da elite rica do país, pois a população sem conhecimento não entende como é enganada. As entrevistas com a população da região afetada pela a usina de Belo Monte, juntamente com os especialistas no assunto são alguns dos pontos fortes do documentário.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

POBRE SOFRE.

    No BRASIL há uma grande desigualdade de renda, um fato histórico, comprovado por inúmeros estudos e por observação do cotidiano. Mas sempre me faço uma pergunta: até quando o pobre vai sofrer tanto?
    Fico revoltado com tanto sofrimento, algo tem que acontecer para acabar com o sofrimento dos pobres, ônibus lotado, Hospitais públicos lotados, salário baixo....enfim, é muito sofrimento.
Até quando isso vai continuar, hoje sou afavor até de uma revolta dos pobres armados contra a elite opressora, nem sei se é o correto.....mas tem que acontecer algo.

perdão,,pois não vejo mais isso como normal.

Valderrama.

REVOLUÇÃO NA AMÉRICA LATINA!!!!!

Noticias da lutas pela América latina.

Vladerrama.

DEBATE ABERTO

Por nuestra América: Educación, Unidad y Libertad

De 10 a 15 de agosto, Montevidéu será a capital latinoamericana das lutas estudantis e educacionais do continente. Mais de 3 mil estudantes, educadores, parlamentares, ministros, secretários, lideranças do movimento sindical, camponês, dos povos originários, homens e mulheres estarão no XVI Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes.
XVI Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes
Todos a Montevidéu de 10 a 15/08
(...)
para matar al hombre de la paz
tuvieron que imaginar que era una tropa
una armada una hueste una brigada
tuvieron que creer que era otro ejército
pero el hombre de la paz era tan sólo un pueblo
y tenía en sus manos un fusil y un mandato
y eran necesarios más tanques más rencores
más bombas más aviones más oprobios
porque el hombre del paz era una fortaleza (…)

“Allende”, um poema de Mario Benedetti

     De 10 a 15 de agosto, Montevideu será o palco para as lutas estudantis e educacionais do continente. Mais de 3 mil estudantes, educadores, parlamentares, ministros, secretários, lideranças do movimento sindical, camponês, dos povos originários, homens e mulheres estarão no XVI Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes. Um congresso que ocorre em um momento muito especial para o continente e para os estudantes.

    O agravamento da crise mundial faz expor de maneira cada vez mais nítida as contradições entre as potências. É França e Alemanha sentindo os respingos da crise na Grécia, Espanha com cerca de 20% de desempregados, Berlusconi sendo derrotado no Parlamento italiano. Ainda o caso na Noruega, que possui uma política de atenção aos imigrantes, entristece o mundo ao ver-se que orientações xenófobas crescem no velho continente, derrubando a imagem dos países nórticos como isentos das grandes mazelas do capitalismo. Aí, crescem as mobilizações nesses países. Em especial na Espanha com os indignados que, mesmo com sua dubiedade, representam a manifestação da juventude contra o falido sistema capitalista e suas crises.

Isso ainda para não falar dos super poderosos EUA que ameaçam o mundo com suas guerras e agora com um possível calote. Nesse cenário, mais uma vez, cabe um papel de destaque à juventude. Esses mesmos que elegeram Obama e romperam um paradigma na conservadora sociedade norte-americana, na esperança de sair da lama da política Bush, hoje vêem que Barack é o Imperialismo de nova roupa, mas para um samba antigo para qual ninguém foi convidado. Assim o deixaram 30 mil seguidores no Twitter. Dessa maneira, ao mesmo tempo nasce um mundo que caminha para a multipolaridade.

    Nesse mundo que tende a multipolaridade, a juventude da América Latina tem destaque. São os estudantes argentinos que enfrentam o embate de rumos em um acirrado processo eleitoral. Os estudantes uruguaios na luta pelo fim da lei de Caducidad e pela segunda Reforma Universitária. Os estudantes colombianos contra a militarização do seu país e a ocupação norte-americana. São os estudantes peruanos que impuseram uma derrota ao fujimorismo. Ainda temos os estudantes brasileiros em luta pela implementação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal em educação, disputando os rumos do país. Ainda mais, temos os estudantes cubanos que resistem contra o embargo imperialista e assim mesmo são um exemplo ao mundo de humanismo e solidariedade. Podemos falar dos estudantes hondurenhos que comemoraram o retorno de Zelaya ao seu país mas que seguem com uma ditadura. Ainda mais, podemos falar dos estudantes panamenhos e sua luta contra a presença norte-americana ao lado dos estudantes portoriquenhos em luta por sua independência. Não se pode esquecer dos estudantes venezuelanos que lutam contra a direita que comemora cada tratamento de saúde que faz Hugo Chavez. Assim, em todos os países desse continente a luta por avanços e transformações é viva e tem a juventude na linha de frente.

  Porém, quem lê este artigo se pergunta nesse momento: - e o Chile?! Não vai falar do Chile!?

     Impossível não falar da principal luta estudantil do continente. Hoje todos os olhos da América Latina e do Caribe estão voltados para os estudantes chilenos. A cada dia que passa mais e mais estudantes ocupam as ruas de Santiago, Valparaíso e todo o Chile em defesa da educação pública, contra a mercantilização do ensino. Há pouco mais de um mês comemorávamos uma passeata com 40 mil estudantes em Santiago. Hoje são 500 mil e nove ministros fora. É a capacidade dos estudantes chilenos através da Confech (Confederação de Estudantes do Chile) de mobilizar os estudantes e reunir um amplo apoio social em torno de suas pautas. E assim transformar um movimento que, como disse Camila Valejo, “já não é mais um movimento educacional ou estudantil, já é um movimento nacional”. Os estudantes chilenos lutam contra o “bem-sucedido” modelo neoliberal chileno, lutam para que o Estado invista na educação superior e a deixe de tratar como um mero serviço.

     Enfim, de 10 a 15 de agosto Montevidéu será a confluência de toda essa panacéia e se transformará na capital latinoamericana dos estudantes. Ali estarão a diversidade da cultura do nosso belíssimo continente e a luta de todos nós, sonhadores de um mundo novo. Em Montevidéu saudaremos a linda herança de Mario Benedetti, os 85 anos de nascimento de Fidel Castro. Ainda celebraremos todos os estudantes que combateram em defesa da liberdade e da justiça no dia em que se relembra o assassinato do estudante uruguaio Liber Arce, primeiro mártir da ditadura nesse país. E com a memória da luta da nossa juventude comemoraremos os 45 anos da OCLAE (Organização Continental Latinoamericana e Caribenha de Estudantes) certos de que essa data se repetirá inúmeras vezes ao longo da história lutando em defesa de “NUESTRA AMÉRICA: EDUCACIÓN, UNIDAD Y LIBERTAD!”

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Revista Fórum - Bolívia aprova lei de telecomunicações

Revista Fórum - Bolívia aprova lei de telecomunicações

CUBA E A LUTA PELA LIBERDADE!!!

    Do site da BBC BRASIL notocias de uma CUBA  que passa por mudanças importante na sua vida social e política, força irmãos CUBANOS o sistema não dormirá enquanto não conquistá-los e os dominar.

VALDERRAMA  

      O presidente de Cuba, Raúl Castro, fará um pronunciamento à Assembleia Nacional do país nesta segunda-feira, para pressionar pela aprovação de reformas na economia comunista da ilha.
         O plano de reformas proposto pelo governo permitirá que, pela primeira vez em 50 anos, cubanos adquiram propriedades e abram pequenos negócios, e envolverá ainda e eliminação de um milhão de empregos no setor público.
         Raúl Castro vem defendendo reformas que possibilitem a criação de um mercado livre limitado desde que recebeu o poder das mãos do irmão, Fidel, em 2008.
       Em abril, o Congresso do Partido Comunista apoiou 313 reformas, que incluiam o relaxamento de leis sobre viagens ao exterior, e a autorização para abertura de pequenos negócios.
       De acordo com os planos de reforma, o país passará a autorizar a propriedade privada, e permitirá que cubanos comprem qualquer carro que possam pagar.
    A propriedade privada foi severamente restringida na ilha comunista desde a revolução de 1959.

Mercado negro

       As leis propostas - que ainda precisam ser aprovadas pelo Parlamento - são parte de uma reforma na combalida economia cubana.
       O jornal do Partido Comunista Granma publicou há semanas detalhes dos planos para as novas leis, que foram discutidas por integrantes de alto escalão do governo.
De acordo com as leis, que devem ser aprovadas no fim do ano, os cubanos poderão vender suas casas. Sob o sistema atual, os cubanos podem trocar casas, mas, oficialmente, não pode haver troca por dinheiro.
     O correspondente da BBC em Havana Michael Voss diz que esse sistema gerou um mercado negro corrupto.
    Os cubanos continuarão podendo ter apenas uma casa, e a venda de casas será taxada, mas a medida tem como objetivo amenizar a grave falta de habitações na ilha.

ECONOMIA DA AMERICA LATINA E O MUNDO

Do site da CARTAMAIOR, noticias da AMERICA LATINA.


Espelho latinoamericano para a crise europeia
     As manchetes sobre a dívida externa e o descumprimento de pagamentos abundam nestes dias na Europa. Parece que são o eco do que aconteceu com a crise da dívida na América Latina nos anos oitenta. Tal como em vários países da Europa, o sobre-endividamento na América Latina foi acompanhado pela voracidade e irresponsabilidade do setor financeiro internacional. Ontem como hoje, nenhum dos organismos internacionais encarregados de supervisionar o sistema financeiro internacional viu a aproximação da crise.
O artigo é de Alejandro Nadal.
    Esse episódio desembocou no que se chamou a década perdida na região, mas na realidade, a crise perdurou para além daquela década trágica. O calvário para os cidadãos da América Latina é uma lição que na União Europeia não pode ser ignorada.

      Tal como em vários países da Europa, o sobre-endividamento na América Latina foi acompanhado pela voracidade e irresponsabilidade do setor financeiro internacional. Durante a segunda metade dos anos setenta, os bancos das economias desenvolvidas enfrentaram a necessidade de reciclar os seus recursos através de empréstimos imprudentes em busca de lucros rápidos. Os países que tinham uma maior base de recursos naturais foram os mais procurados.

    Ontem como hoje, nenhum dos organismos internacionais encarregados de supervisionar o sistema financeiro internacional viu a aproximação da crise. O Fundo Monetário Internacional não se deu conta que a estagnação na economia mundial, o sobre-endividamento e a rápida deterioração dos termos de troca eram uma combinação explosiva. Qualquer aumento nas taxas de juro podia ser o detonador de uma brutal explosão. No plano nacional, as autoridades económicas tão-pouco estiveram à altura da sua missão. Todos os bancos centrais e ministérios das finanças na região ficaram surpreendidos quando o México anúncio a sua incapacidade de pagamento em Agosto de 1982.

     Claro, quando a crise rebentou os bancos credores pediram a ajuda dos organismos financeiros internacionais e dos seus governos. O FMI impôs os primeiros pacotes de austeridade na região, cortando nas despesas públicas e aumentando a pressão fiscal sobre os segmentos mais desprotegidos da população. Depressa se tornou evidente que o crescimento económico ficava congelado e que o emprego e a receita caíam. A crise aprofundou-se num círculo vicioso. É o mesmo que se vê que está a acontecer na Grécia, mas os credores e os tecnocratas do Banco Central Europeu não largam a presa.

    Depois de 10 anos de estagnação, era claro que a dívida dos países da região nunca seria paga e que seria necessário levar a cabo algo que os bancos credores, co-responsáveis da crise, se tinham negado a discutir desde o início. Tal como nas negociações sobre a crise na Grécia, a palavra reestruturação era até 1989 um termo proibido.

     O plano Brady foi cozinhado pelo ex-secretário do Tesouro Nicholas Brady para reestruturar a dívida dos países latino-americanos, permitir-lhes o regresso aos mercados financeiros e, supostamente, retomar o crescimento. O esquema estava baseado num programa de cortes no principal, ampliação de prazos de pagamento e em alguns casos reduções nas taxas de juro.

     Os títulos Brady consistiam em títulos de recompra da dívida comercial previamente adquirida, em conjunto com novos calendários de prazos ou com um desconto. Estavam relacionados com títulos de taxa zero do Tesouro norte-americano, o qual introduzia a denominação em dólares, o que por sua vez proporcionava um sentimento de garantia adicional e permitia alargar o prazo de vencimento. O México, tão próximo do núcleo imperial, pagou novamente o preço da iniciação e foi o primeiro país a emitir títulos Brady ( cerca de 42 mil milhões de dólares em 1990).

       Para obrigar os credores foi necessário dar-lhes algo em troca. Desta vez, o aval consistiu na aceitação dos mandatos do Consenso de Washington. Assim, os primeiros ajustamentos impostos pelo FMI cederam o seu lugar à consolidação das reformas estruturais e a uma modificação profunda do modelo econômico e social. O que no princípio da crise era um arranjo temporário tornou-se permanente. O neoliberalismo impôs a mais pesada hipoteca sobre a região, uma herança odiosa para as gerações seguintes.

         Face à probabilidade de incumprimento por parte da Grécia já se fala de reestruturação (ainda que o Tesouro norte-americano mantenha a sua oposição activa devido à grande exposição que têm os bancos desse país na crise europeia). Também se discutem planos para que o Banco Central Europeu emita eurobonds (títulos de dívida europeia) que poderiam desempenhar um papel análogo aos títulos Brady. De qualquer modo, é seguro que a primeira coisa que se procurará será uma reestruturação suave, com perdas marginais e extensão moderada de prazos de vencimento. Em troca, a política macroeconômica deverá subordinar-se às necessidades do capital financeiro.

     Nestes dias, quando boa parte da Europa se vê ao espelho, talvez possa ver o rosto da América Latina. A imposição de um regime macroeconômico de austeridade só levará ao aprofundamento da recessão e da crise às economias da região.

(*) Tradução de Carlos Santos para esquerda.net