sábado, 24 de setembro de 2011

ÚLTIMA EDIÇÃO DO PANFLETO REVOLUCIONÁRIO

SABOTAGEMCHE18

       Há uma grade desigualdade no mundo entre as pessoas, pois nem todos têm as mesmas condições de sobreviver, as oportunidades são distintas e dependem em certos momentos de nossa origem ou cor da pele, por exemplo, a maioria das coisas no mundo que são para os pobres é diferente daquelas reservadas para os ricos, as escolas públicas são de péssima qualidade, saúde pública é algo deprimente, já o rico, paga um plano de saúde e tem dinheiro para pagar uma escola particular para seus filhos.

        A situação no mundo é de desigualdade social muito grande, e nos perguntamos afinal qual o motivo disso, e porquê o pobre não se revolta? questionamentos que podem ser respondidos, mas que passam por um processo maior de explicação, aqui podemos dar uma explicação simplificada e humilde.

        Para termos clareza desse porcesso complicado, onde de um lado, há pessoas com uma soma de dinheiro, tão grande, que daria para a mesma viver dez vezes e ainda nunca passar fome, enquanto nesse mesmo mundo, pessoas passam até dias sem ter acesso a uma alimentação suficiente para ficar em pé, é necessário ver como se dão as relações de poder no mundo, onde apenas um interesse é levado em conta na hora das decissões políticas. Os grupos que conseguem chegar ao poder num determinado país, tem na elite rica os seus grandes apoiadores, que esperam políticas e leis aliadas de seus interesses. Tudo que a elite faz é para manter a sua vida traquila no mundo, não há por parte dela uma preoculpação com o sofrimento de outras pessoas, pois na mente do rico, o pobre só sofre porque é um fraco incapaz, que não se esforça para sair dessa situação, usando de todos os meios, como a tv e uma educação pública ruím, para que até o pobre acredite nisso e veja no rico que o explora e roba um aliado, e em vez de lutar junto com seus irmãos pobres contra a elite rica, passa a os ver como um inimigo, confundindo os lobos como sendo os cordeiros bonzinhos.

         Resta para a elite detendora do dinheiro e do poder ter na mente que sua condição financeira é beneficiada por um processo histórico que sempre visou perpetuar essa situação de conforto, e que não foi somente o seu esforço a causa disso, também não deve ela acreditar que o sofrimento dos pobres é ruím apenas para os mesmos, não adiantando se esconderem nos condomínos, shopping centers e carros blindados, é necessário uma divisão de renda e conhecimento por parte da elite da história de formação das sociedades no mundo. já ao pobre explorado resta ter consciência de como a elite o engana e roba todos os dias, confundindo sua mente e sua atitudes no mundo, o pobre tem que entender a união entres as pessoas exploradas no munso como ponto fundamental para acabar com a desigualdade social.

DICA:

O livro "Trabalho Urabano e Conflito Social" de Boris Fausto, que narra a História do movimento operário durante a última década do século passado a 1920, em SP e no RJ principalmente, nos mostrando um pouco do início das lutas de classes no Brasil e as artimanhas da elite para reprimir e acabar as revoltas dos trabalhadores explorados.Um livros para se entender a construção histórica da desigualdade no mundo e no Brasil.
leomedrado@yahoo.com.br /

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Maria Rita Kehl - Identidades sociais e ressentimento psicológico - Parte 2



um video de MARIA RITA KEHL que de forma clara nos revela verdades de nossa vida onde há uma opressão dos pobres no mundo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

DINHEIRO EXISTE.

Uma noticia para pensarmos a desigualde de renda no Brasil

Valderrama

 

Na cidade com um dos piores IDHs do país, prefeito vivia em mansão às margens do São Francisco

     Acusado de desviar mais de R$ 8 milhões de verbas federais para a Educação em sua administração em Traipu, o prefeito afastado Marcos Santos, que está foragido desde a última terça-feira (20), acumula um patrimônio de dar inveja. As investigações feitas pela Justiça Federal apontam que o acusado de improbidade administrativa está muito rico e possui inúmeros bens, entre eles, uma belíssima Chácara, batizada de “Sonho Meu”, quatro fazendas, centenas de cabeças de gado e um apartamento em Maceió.  Além disso, haveria muitos bens em nome de laranjas, como uma coleção de 30 carros e uma lancha.

     Em Traipu, uma das cidades mais pobres de Alagoas, o patrimônio de Marcos Santos contrasta com a situação da população.
     Os repórteres da TV Pajuçara Lucas Malafaia e Waldemir Soares estiveram nesta quinta-feira (22) na cidade e mostraram o luxo das propriedades do acusado. Marcos Santos estava numa delas quando a Operação Tabanga, da Polícia Federal e ministérios públicos Estadual e Federal, foi deflagrada na última terça (20). Como fica na outra margem do rio, isso teria facilitado sua fuga.

DESIGUALDADE DE RENDA.

    Um debate importante na minha humilde opinião é esse do texto a seguir, pois os grandes problemas sociais do mundo é ocasionado por uma GRANDE CONCENTRAÇÃO DE RENDA, os ricos detentores de grandes fortunas e poder são uns criminosos por deterem uma grande quantia de dinheiro, enquanto há pessoas que não tem nem o que comer, os mesmos ricos não fazem nada para ajudar os pobres, por isso são culpados pelas grandes mazelas do mundo ,violência, fome de várias pessoas e outras catástrofes humanitárias no mundo.
   enfim, não haverá paz no mundo enquanto tivermos uma grande desigualde de renda. Os ricos são uns assassinos.

VALDERRAMA


México: o que fazer com os ricos?
Em 2006, o zapatismo promoveu "a outra campanha", uma iniciativa política não eleitoral para construir uma força política anticapitalista desde baixo e à esquerda. Essa "outra campanha" assinalou que era preciso inverter a pergunta clássica da esquerda sobre como combater a pobreza e centrar a luta popular na pergunta: o que fazer com os ricos? A pergunta faz sentido. O México tem um dos índices de concentração de riqueza mais altos do mundo. O artigo é de Luis Hernández Navarro.

     Durante anos, a esquerda partidária mexicana perguntou o que fazer com os pobres. Combater a pobreza extrema tem sido parte central de seu programa político. Ela coincidiu nisso com organismos financeiros multilaterais e com a maioria dos partidos políticos. De fato, as políticas de combate à pobreza das forças políticas de direita, centro e esquerda são praticamente as mesmas.

    A situação é grave. Segundo cifras oficiais, o número de pessoas em situação de pobreza no México subiu de 48,8 milhões para 52 milhões entre 2008 e 2010. Este ano, a cifra subiu para 54 milhões. Isso significa que pouco menos da metade da população do país encontra-se nesta situação.

     Esta lógica de pensamento foi questionada pelo zapatismo quando, em 2006, no marco do que se chamou “a outra campanha”, uma iniciativa política não eleitoral para construir uma força política anticapitalista desde baixo e à esquerda, assinalou que era preciso inverter a perguntar a centrar a luta popular na pergunta: o que fazer com os ricos? Não havia novidade nisso. Desde sua irrupção pública em 1994, o Exército Zapatista de Libertação nacional (ZNL) tem dito que para a esquerda o problema não é só a pobreza, mas também a desigualdade.
     A pergunta faz sentido. O México tem um dos índices de concentração de riqueza mais altos do mundo. Na lista dos multimilionários de 2011 da revista Forbes aparecem 11 mexicanos. Em primeiro lugar, está o magnata Carlos Slim, com uma fortuna de 74 bilhões de dólares. O narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán, com 1 bilhão de dólares, ocupa uma posição importante.
       Como ocorre em muitos outros países, a grande maioria dos potentados mexicanos fizeram suas fortunas ao calor das políticas de ajuste e estabilização, da abertura comercial e da privatização das empresas públicas. Carlos Slim, hoje o homem mais rico do mundo, construiu seu império econômico a partir do momento em que se converteu no principal acionista da Telefones do México, a empresa estatal que gerenciava a indústria telefônica entregue à iniciativa privada.
       Os milionários mexicanos desfrutam de regimes fiscais preferenciais mexicanos. Não são eles que pagam mais impostos. As pessoas físicas pagam em termos proporcionais mais que os grandes grupos corporativos. Cerca de 60% da arrecadação fiscal do Imposto Sobre a Renda (ISR) recai nas pessoas físicas: trabalhadores, empregados, profissionais e poupadores. Em 2009, 420 grupos empresariais pagaram só 1,78% de suas receitas brutas totais de ISR. As empresas mineradoras (muitas delas estrangeiras) pagam por extração da riqueza mineral um imposto de zero por cento. Diversos analistas calcularam que só a eliminação destes regimes especiais geraria cerca de 60 bilhões de dólares, 6,5% do PIB.
       Os senhores do dinheiro são especialistas em evadir e sonegar o pagamento de impostos. Eles estabeleceram um sistema fiscal que tem mais furos que um queijo gruyere e sabem como tirar proveito dele. No México se perdem em média 30 bilhões de dólares em evasão fiscal por ano. O índice de evasão de impostos é de aproximadamente 40%, enquanto que nos países desenvolvidos é de 15%.
      Os multimilionários mexicanos são filhos do capitalismo selvagem e da atividade monopolista. Não há neles sensibilidade nem responsabilidade social, por mais que alguns queiram lavar sua imagem com obras de caridade. Nenhum deles vai propor um imposto especial sobre a riqueza. Sendo assim, o ponto de partida de uma política progressista consiste em obrigá-los a pagar impostos que devem pagar por lei, além de acabar com os regimes preferenciais que os favorecem. Não é exagero: com a renda petroleira em queda, só assim o crescimento do país será viável.

Tradução: Katarina Peixoto

terça-feira, 13 de setembro de 2011

DIÁRIO!!!!!!!!!

DIÁRIO


    Não lembro muito de como foi essa semana, pode parecer estranho, mas não me vêm na memória os acontecimentos dessa última semana, lembro que li muito sobre o 11 de setembro, por ser o Aniversário de 10 anos.
       Corrupção como sempre é grande no BRASIL e revolta dentro de mim só para variar um pouco é latente, não entendo o motivo das pessoas acreditarem num mundo lindo e maravilhoso enquanto há pessoas passando fome,não queria, mas tenho muito ódio da elite opressora.
    Os pobres não entende a diferênça de classe e que a classe detentora do dinheiro é nossa inimiga, eles nos sugam o sangue e nos levam a acreditar que são nossos amigos, somos escravos porque temos medo de perder o emprego, há pessoas se humilhando e entregando os irmãos com medo de perder um emprego medíocre.
   QUE VENHA LOGO UMA REVOLUÇÃO, parece que só a elite se dar bem.

VALDERRAMA




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOBILIZAÇÃO!!!


   Do site http://www.cartamaior.com.br/ um pouco da mobilização que aconteceu nesse feriado do dia 07/09/2011, interessante por ser movimento apolítica e com revindicações diversas,,,algo que necessita de um debate maior,,mas vale como mobilização frente a opressão da elite opressora.

Valderrama
Marcha contra corrupção acerta Globo, CBF, Sarney, Roriz, Justiça...
   No dia da Independência, ato em Brasília convocado pelo Facebook para se queixar da falta de ética faz mais vítimas do que plano original, motivado por escândalos federais. Público recorde presente à Esplanada dos Ministérios para ver desfile militar do 7 de setembro ajuda a encorpar passeata, que nas contas da PM começou com duas mil pessoas. Confirmações eram 26 mil.

 
BRASÍLIA – A capital brasileira vive dias de baixíssima umidade e altas temperaturas, e não é diferente neste 7 de setembro. Às 13h05, registram-se 34° em termômetro perto da Esplanada dos Ministérios. A grande e central avenida, sede dos Poderes da República, esvazia-se aos poucos. Por duas horas, duas horas e meia, acolhera uma marcha inédita. Mobilizadas por uma das redes sociais mais populares da internet, o Facebook, pessoas comuns toparam botar roupa preta sob sol escaldante e protestar no feriadão.

Batizada de “Marcha contra a Corrupção”, dispara no atacado contra a falta de ética, indignação alimentada por escândalos envolvendo autoridades federais e pela não cassação de uma deputada local. No varejo, acerta alvos como a TV Globo e os presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e do Senado, José Sarney. Ali, há quem flerte com a ideia de alvejar o Congresso não só metaforicamente. Queixas contra indignação seletiva. E uma espécie de quebra de decoro ambiental a ser varrida pela “marcha dos garis” que se seguirá.

Passa das 10h, quando a passeata começa a deixar para trás o Museu da República, local combinado para a concentração. Até voltar ao ponto de partida, os manifestantes vão percorrer 3,5 km, ou 32 campos de futebol. A exemplo de uma escola de samba, são liderados por uma comissão de frente, com pessoas perfiladas a segurar, na altura do peito, uma faixa preta com as palavras “corrupção não” em branco. Na aglomeração, muitos portam vassouras, em referência à faxina da presidenta Dilma Rousseff na área dos Transportes.

Mais atrás, numa das primeiras alas, um jovem empunha sobre a cabeça, preso a um bastão, cartaz que diz “Sorria, você está sendo manipulado”. A inscrição encima desenho que reproduz, em preto e branco, o logotipo da TV Globo. Seu portador recusa-se a revelar o nome. Conta apenas que tem 20 anos e estuda arquitetura. Mas qual a razão dessa crítica dirigida? “A Globo manipula tudo. Não basta vir na marcha. A TV vai manipular muita coisa aqui”, diz.

Do início ao fim do ato, vão se ouvir, algumas vezes, manifestantes ressuscitarem antigo grito de protesto contra a maior emissora do país: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”. “Vou ter de fingir que não vi...”, diz uma jornalista das Organizações Globo que está cobrir a marcha.

Ricardo Teixeira, da CBF, que considera a emissora uma aliada, também é alvo do protesto. Junto com três ou quatro amigos, Felipe Guedes, de 22 anos, anda pela Esplanada carregando uma grande bandeira contra o cartola. “Ele é tão corrupto quanto o Congresso, é o mais corrupto do Brasil”, afirma Felipe, que diz ter anulado o voto para presidente nos dois turnos da eleição de 2010.

Conspiração inspiradora
Felipe faz cursinho e trabalha como roadie, ajudante de ordens de conjuntos musicais em cima ou fora dos palcos. Um roadie auxilia gente como Caio Zenon, músico de 18 anos que também foi à marcha. Está caracterizado, dos pés à cabeça, como Guy Fawkes – ou, ao menos, como o soldado britânico aparece caracterizado em páginas de um romance em quadrinhos e nas telas do cinema, em obras homônimas (V de Vingança).

Fawkes foi enforcado no início do século XVII, depois de capturado e torturado até confessar participação em plano para explodir o parlamento britânico num dia em que o rei da época, Jaime I, estaria lá.

No ato brasiliense do século XXI, Caio não é o único a buscar inspiração em Fawkes, mas é um dos mais entusiasmados. Enquanto outros têm só uma máscara, usa peruca e fantasia preta. “Explodir o Congresso seria uma boa ideia”, comenta, seriamente. “A gente elegeu alguém [Dilma] que não está cumprindo o que prometeu. Essa marcha é um esforço para mudar isso.”

Na eleição do ano passado, Caio já tinha idade para tentar mudar o país por meio do voto. Mas preferiu não votar.

Na iminência de chegar à idade em que o voto torna-se facultativo como foi para Caio em 2010, o aposentado José Roberto Loureiro, de 69 anos, participa da marcha paramentado como pediam os organizadores: de preto. No ano passado, cravou Dilma Rousseff nos dois turnos. E diz não estar arrependido. “Para mim, é principalmente um protesto contra o Congresso e essa Justiça que não pune ninguém.”

O aposentado marcha de mãos dadas com a esposa. Para Zuleika Loureiro, de 64, o ato serve para reclamar de dois dos sobrenomes mais famosos da política nacional. “Esse caso da Jaqueline Roriz é uma vergonha. O Sarney também é uma vergonha, ele é dono do Maranhão."

“Sarney, ladrão, devolve o Maranhão” é um dos hits da manifestação. Alguns dos cantos são puxados pelo estudante Igor Tinto Janix, de 23 anos. Megafone à mão, tenta controlar a velocidade da passeata, como um diretor de harmonia em desfile de carnaval. “Estamos cansados de tanta corrupção e safadeza explícitas. Já são 500 anos de corrupção mas antes tinham preocupação de esconder, agora está tudo explítico”, afirma Igor, que diz ter votado em Marina Silva (ex-PV) no primeiro turno do ano passado e nulo no segundo.

É Igor quem aponta Walter Magalhães, empresário de 28 anos, à reportagem. Walter é o principal organizador da marcha, ideia que ele atribui a duas amigas, as irmãs Daniella e Lucianna Kalil. O trio criou uma página para o ato no Facebook, e agora Walter está junto à comissão de frente do ato. “É um protesto para o povo se conscientizar que ele é o culpado por quem está aí. É preciso votar com consciência”, diz Walter. Em quem ele votou para presidente em 2010? “Isso não é relevante.”

Roriz: combustível
A recente vitória da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) contra um pedido de cassação, conta Walter, foi o principal combustível da marcha, planejada de início por causa de denúncias de corrupção no governo Dilma Rousseff. Até Jaqueline escapar, dia 30 de agosto, 10 mil pessoas haviam confirmado, via Facebook, presença na marcha. Dali até a véspera do ato, outras 16 mil resolveram aderir.

Jaqueline foi a julgamento pelos colegas por ter sido flagrada, em vídeo, recebendo dinheiro de um esquema celebrizado como “mensalão do DEM”, escândalo tornado público em 2009 e que levou à cassação do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. A filmagem é de 2006, mas só apareceu no início do ano.

Entre os parlamentares, prevaleceu a tese de que a colega não poderia ser cassada por algo feito antes do mandato. Resultado: 265 votos secretos a favor da ré e 166 votos secretos, contra. “Voto secreto, não, eu quero ver a cara do ladrão”, grita-se na marcha.

O “mensalão do DEM” pregado à memória recente pelo julgamento de Jaqueline contribui para a irritação do estudante de pedagogia Thiago Magalhães, quando ele vê um jovem sacar máscara com a foto do deputado cassado José Dirceu (PT) e reunir em torno de si um grupo a bradar contra o “mensalão do PT”. “E o mensalão do DEM? E o mensalão do DEM?”, grita Thiago.

“A marcha contra a corrupção é uma reivindicação legítima e importante”, diz o estudante, que usa um boné vermelho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). “Mas, para além disso, precisamos discutir mais questões que são estruturais, como a reforma política e a reforma agrária. A corrupção incomoda muito a classe média, mas há outros males que atingem toda a sociedade”, completa Thiago, que diz ter votado em Dilma nos dois turnos no ano passado.

Parada militar: reforço
Apesar de 26 mil pessoas terem dito no Facebook que iriam à marcha, quando o ato começa, a Polícia Militar (PM) conta duas mil, informa a major Ana Luíza Azevedo. A massa vai encorpar a partir das 11h, quando terminar o desfile militar que acontece na mesma Esplanada, mas nas faixas de rolamento que levam ao sentido oposto, separadas das outras por um gramado de mais ou menos 100 metros.

A parada militar foi vista por algo entre 30 mil e 40 mil pessoas, nas contas da PM. E é com este número que a polícia trabalhará oficialmente, no fim do dia, ao informar o tamanho do ato contra a corrupção.

Dilma Rousseff assiste ao desfile de 7 de setembro pela primeira vez como presidenta, ladeada por ministros. A presença do presidente da República é uma tradição no evento, mas não deixa de ser outro gesto simpático de Dilma na direção da caserna, ao optar por seguir o costume.

Uma semana antes, mandara ao Congresso proposta de orçamento 2012 com um orçamento militar quase 50% maior, um dos aumentos mais generosos. Prova também do prestígio do ministro da Defesa, Celso Amorim, que assumiu prometendo reforçar as finanças das forças armadas para deixá-las mais adequadas ao peso geopolítico que o Brasil conquistou.

No último domingo, Dilma estivera pela primeira vez na solenidade mensal em que se troca a bandeira brasileira hasteada na Praça dos Três Poderes, onde ficam as sedes do governo federal, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Quando a marcha contra a corrupção chega à Praça, uma parte dos manifestantes vai para a frente do Palácio do Planalto, local de trabalho da presidenta, e grita: “Oh Dilma, cadê você?, eu vim aqui só para ter ver”. Não foi a única menção à presidenta no ato. Um dos cantos recorre a palavrões, para garantir rima e sonoridade. “Oh Dilma, como é que pode? Eles que roubam e a gente é que se fode.”

Na noite da véspera, Dilma pôde ser vista por todos os brasileiros, em pronuncimamento à nação feito pela TV, o que também é praxe para presidentes nas comemorações da Independência. No finzinho do discurso de 10 minutos, dá um recado sobre corrupção. Diz a presidenta que o Brasil é "um país que, com o malfeito, não se acumplicia jamais. E que tem na defesa da moralidade, no combate à corrupção, uma ação permanente e inquebrantável”.

Marcha derradeira
Quando os protestantes contra a corrupção voltam para a casa, começa a última marcha do dia na Esplanada dos Ministérios. Seus participantes também estão uniformizados, como os militares que primeiro haviam marchado. Todos carregam vassoura, como alguns na passeata do Facebook.

É uma manifestação silenciosa e remunerada, para quem “faxina” não é retórica, mas realidade. A marcha dos garis varre o produto de uma espécie de quebra do decoro ambiental e urbanístico de alguns dos que ocuparam a Esplanada para atacar a falta de decoro ético na política. Garrafas de água, latas de refrigerante e cerveja, abanadores de papel, sacolas plásticas, palitos de sorvete... Tudo forma o rastro de uma manifestação em que se via uma faixa condenar mudanças no Código Florestal brasileiro que o Congresso está a discutir.

Vestido de laranja, vassoura em punho, Bras Costa, de 42 anos, cata três embalagens de salgadinhos no gramado em frente ao Palácio do Itamaraty, a sede do ministério das Relações Exteriores. Está a recolher lixo desde o meio dia. Não sabe o que acaba de acontecer na Esplanada, quem protestava e por quê. Mas lamenta a sujeira que o obriga a trabalhar no feriado. “Acho que cada um poderia fazer melhor a sua parte e não deixar tanto lixo”, diz Costa, que declara ter votado em Marina Silva (ex-PV) no primeiro turno, depois em José Serra (PSDB).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

REVOLUÇÃO ESTUDANTIL


     Do site G1 RJ, uma notícia que a principio parece ser só um monte de jovens da classe média brincando de revolucionários, mas eu acredito em movimentos onde as revindicações vão além da revidicação só para uma elite e que abraçam um leque maior de revindicações e grupos da sociedade. Também fico contente quando leio sobre o movimento estudantil unido a protestar por melhoria da EDUCAÇÃO PÚBLICA, parece me um oásis no meio dessa inércia que acomete a maioria dos jovens hoje no BRASIL, que estão mais preoculpados em arrumar um salário alto para si e esquecem que vivemos em sociedade e se alguém passa fome nesse mundo, então nada compensa. VIVA A REVOLUÇÃO ESTUDANTIL!!!!!

Valderrama
 
Centenas de alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) ocupam, na noite desta segunda-feira (5), a sede da reitoria da instituição, em Icaraí, Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os estudantes aguardam um encontro com o reitor Roberto Salles para discutir melhorias nos campi e nos cursos.
Mais cedo, segundo os alunos, um oficial de Justiça esteve no local acompanhado das polícias Federal e Militar para cumprir um mandado de reintegração de posse. O documento determina a desocupação imediata dos estudantes da reitoria. No entanto, os estudantes não acataram a ordem da Justiça. Uma das representantes do movimento estudantil, Elen Del Giudice, disse que o reitor prometeu receber uma comissão de dez estudantes, na terça-feira (6).
Alunos da UFF pistam rosto em protesto na ocupação da reitoria da universidade (Foto: Tássia Thum/G1)Alunos da UFF pistam rosto em protesto na ocupação da reitoria da universidade (Foto: Tássia Thum/G1)
 
Sem água e luz

       Alguns jovens estão acampados na reitoria em barracas e dormitórios improvisados desde a última quarta-feira (31). Após o sexto dia de ocupação, os estudantes alegaram que a direção da UFF cortou o fornecimento de água e de luz na sede da reitoria, na tentativa de impedir o movimento.
O G1 tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da universidade, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso.
   O Diretório Central dos Estudantes (DCE) explicou que entre as reivindicações está a melhoria da qualidade dos cursos, o fim de cursos de pós-graduação pagos, a admissão de novos professores e servidores, além da suspensão do projeto de construção das Vias 100 e Via Orla no campus do Gragoatá. O estudante de história Juan Ibanez alerta que, caso ocorra a construção das vias, os carros vão passar a oito metros de algumas salas de aula.

Alunos estendem faixa em rua próxima à reitoria da UFF (Foto: Tássia Thum/G1)
 
    Alunos estendem faixa em rua próxima à reitor
da UFF (Foto: Tássia Thum/G1)

   “Essas vias servem para facilitar o acesso a empreendimentos de luxo que estão sendo construídos no bairro do Gragoatá. Não podem prejudicar os alunos, em prol da especulação imobiliária. Além do mais, a intensa circulação de carros poderia causar ainda mais problemas na segurança já precária desse campus da UFF”, detalhou.
Em notícia divulgada pela UFF em 15 de agosto, a instituição informou “que a Via 100 passará entre o Museu do Cinema e a UFF, ligando os campi do Valonguinho, Gragoatá e Praia Vermelha”.

Segundo a UFF, esta via “permitirá o fluxo de carros, ônibus e caminhões fora dos campi da universidade”. Ainda de acordo com a universidade, “a Via Orla permitirá somente o fluxo de carros de passeio e veículos da UFF”.

Atraso no pagamento
     No último domingo (4), a UFF publicou nota em seu site, onde afirma “que em decorrência da invasão das dependências da Reitoria, promovida por estudantes desta universidade, no dia 31/8/2011, nossas rotinas de trabalho foram prejudicadas, o que poderá acarretar atrasos na implantação de dados para a próxima folha de pagamento, correspondente ao mês de setembro de 2011”. O ato revoltou os estudantes que temem não receber o pagamento das bolsas.
“Muitos estudantes da UFF moram em outros municípios e dependem de bolsa auxílio para frequentar as aulas”, falou a estudante de psicologia Nathália Almeida.
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

UMA REVOLUCIONÁRIA !!!!!!!!!

Do site http://www.cartamaior.com.br/ um pouco da líder estudantil que vem causando um levante dos estudantes no CHILE mais condizentes com as questões sociais da AMERIACA LATINA. É sempre bom saber que há uma juventude mais consciente no mundo.

VALDERRAMA


“A classe dominante não tem interesse em mudar a educação”
     O peso de seus argumentos em programas de televisão, a clareza de suas intervenções diante das autoridades e a capacidade inata de aglutinar as massas, converteram Camila Vallejo na líder mais visível deste movimento que já derrubou um ministro e jogou o governo de Sebastián Piñera nas cordas. Usando um jeans surrado, um lenço artesanal no pescoço, um piercing no nariz e esse olhar que esconde uma das mentes políticas mais brilhantes que apareceram no Chile nos últimos anos, Camila concedeu uma entrevista exclusiva a Christian Palma, correspondente da Carta Maior em Santiago do Chile.
Há três meses, Camila Vallejo, a carismática presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), podia tomar um metrô tranquilamente e caminhar sem chamar a atenção mais do que qualquer outra mulher chilena. Nesse tempo, os estudantes universitários e secundaristas iniciavam um movimento sem precedentes que inclui até hoje ocupações e greves nas escolas do país e diversas marchas pelas principais cidades chilenas pedindo fundamentalmente o fim do lucro no sistema educacional, mais qualidade nos conteúdos ministrados nas salas de aula e gratuidade completa na educação pública.

Ela, com paciência, visitava os colégios explicando ponto por ponto as razões das reivindicações estudantis e parava para conversar com os jornalistas com calma. Foi em um desses eventos que a conheci. Usando um jeans surrado, um lenço artesanal no pescoço, um piercing no nariz e esse olhar que esconde uma das mentes políticas mais brilhantes que apareceram no Chile nos últimos anos, trocamos algumas palavras.

A revolução estudantil se incendiou, os argumentos dos estudantes foram entendidos e valorizados pela cidadania e Camila Vallejo demonstrou que é muito mais do que um rosto bonito. O peso de seus argumentos em programas de televisão, a clareza de suas intervenções diante das autoridades e a capacidade inata de aglutinar as massas, converteram Camila na líder mais visível deste movimento que já derrubou um ministro e obrigou o governo de direita de Sebastián Piñera a oferecer três alternativas para destravar o conflito. Mas nenhuma delas satisfez os estudantes.

Tamanha foi a pressão sobre o governo, que o próprio Piñera chamou os jovens para uma conversa neste sábado no palácio de La Moneda. Um dia antes deste convite que pode marcar o início do fim da crise, Camila Vallejo, achou um espaço em sua agenda e concedeu esta entrevista exclusiva à Carta Maior, recém chegada de Brasília, onde se reuniu com seus pares brasileiros. Ela reconhece que tem tempo apenas para comer.

Considerando as dezenas de pedidos de entrevistas solicitadas por meios de comunicação chilenos e estrangeiros, interessados nesta jovem mulher, alguns minutos com ela são um luxo.

Estrela das redes sociais – como boa parte de sua geração – convocou milhares por meio do Facebook e do Twitter, mas também foi ameaçada de morte ou insultada covardemente pela web. Tranquila, diz que está consciente dos riscos que isso significa, mas, mais importante ainda, sabe a tremenda responsabilidade que passa a ter com apenas 23 anos.

Senhoras e senhores, com vocês Camila Antonia Amaranta Vallejo Dowling, a menina que jogou o governo de direita de Sebastian Piñera nas cordas. Saiba por que.

- Você diz que as demandas estudantis não são um assunto de direita ou esquerda, mas sim de toda a sociedade chilena. Acredita que a cidadania entendeu isso?

Este movimento alcançou uma massividade e uma transversalidade que nunca tinham sido vistas desde o retorno à democracia (1990). Uma enorme parcela daqueles que, em um determinado momento, apoiaram Piñera, hoje se dá conta de que este não é um ataque direto à sua posição, mas sim a um modelo de educação que concebe a educação como um bem de mercado e não como um direito, e também a um sistema democrático que hoje, se reconhece , é muito estreito.

O questionamento à conduta do governo, inclusive de cidadãos que pertencem a setores que, em um determinado momento, apoiaram o atual presidente, deixa evidente que existe o entendimento de que a luta que hoje travamos é pelo direito à educação e por uma mudança de sistema que beneficie toda a sociedade e o desenvolvimento do Chile. Ela não se limita a buscar benefícios para um setor político particular.

O movimento se polarizou entre direita e esquerda. Isso é prejudicial?

Para entender esse conflito é preciso analisá-lo a partir de duas perspectivas. Por um lado, é preciso considerar que, junto à população, a problemática educacional se transversalizou de uma forma nunca vista, o que tem gerado um apoio massivo ao movimento vindo de diversos setores e atores ligados à educação. Por outro lado, temos um setor muito mais minoritário e ideológico representado pelas classes dominantes, que não estão interessadas em uma mudança na educação, tanto porque o atual sistema beneficia diretamente seus bolsos, como porque ele os mantêm em sua posição de privilegiados frente a uma população com fraca educação. A polarização de duas grandes alternativas educacionais é produto da postura intransigente desse setor. Ou seja, a polarização não se encontra no interior do movimento estudantil – que tem sabido priorizar a unidade atuando de forma conjunta -, mas sim representa uma enorme contradição entre as mudanças que a cidadania está exigindo hoje frente uma minoria conservadora cujos interesses são representados pelo Executivo.

Qual a consistência deste movimento para resistir às artimanhas urdidas no espectro político da direita e também do governo?

Hoje o movimento conta com uma série de fortalezas, tais como a amplitude que ultrapassa o meramente estudantil e o transforma em um movimento social; a unidade dos diferentes atores ligados ao mundo educacional, que após um longo processo conseguiram conjugar esforços em torno de pautas unificadas; a representatividade dos anseios da cidadania, na medida em que tem ocorrido processos democráticos por meio dos quais se definem as melhores estratégias a utilizar; e, finalmente, conta com a experiência histórica dos diferentes movimentos que nos precederam como o foi o movimento estudantil dos “pinguins” (estudantes secundaristas) de 2006.

O movimento se vale de todas essas ferramentas para fazer frente às diferentes artimanhas que podem surgir tanto da articulação da direita como do governo, as quais, até aqui, temos sabido enfrentar.

Atuação do governo

Para entender um pouco mais o sistema educacional chileno e por que a direita não quer transformá-lo é preciso ter em mente que há três tipos de escolas de educação superior herdados da ditadura de Pinochet. Há os centros de formação técnica, os institutos profissionais e as universidades que se dividem em tradicionais, com aportes do Estado, e privadas. O ingresso nelas passa por uma prova de conhecimentos e, para os que não têm dinheiro, há um sistema de créditos outorgados pelo setor privado quase sem nenhuma regulação e com juros altíssimos. Em 2006, a presidenta Michelle Bachelet se complicou com a “Revolução dos Pinguins” que mobilizou só os estudantes secundaristas. Eles receberam promessas que não foram cumpridas e agora, com 80% da cidadania aprovando as mobilizações, o governo de Piñera recebeu os protestos na sua porta.

Qual sua avaliação sobre a atuação do governo no tema? Não deu resposta às suas demandas, faz declarações infelizes saindo da boca do próprio presidente (“não há nada grátis na vida”, “as pedras nos levaram à ruptura da democracia”) e tenta dar um perfil violento às marchas (com infiltração de policiais).

O governo não está escutando a cidadania, o que mostra que está disposto a seguir defendendo intransigentemente seu modelo educativo, inclusive assumindo o custo de omitir o que o povo tem demandado massivamente durante mais de três meses.

Não contente com isso, tem explorado ao máximo as ferramentas com as quais conta o governo e a direita chilena – meios de comunicação, força policial e militar, respaldo dos grandes grupos econômicos – para deslegitimar o movimento, baseando-se na mentira por trás de estratégias populistas.

A pressão social que este movimento conseguiu acumular obrigou Piñera a mostrar do que é feito este governo, quais são os limites democráticos que ele está disposto a cruzar e quem representa realmente, o que constitui um enorme desprestígio e desaprovação de sua gestão, o que já foi expresso nas últimas pesquisas que, historicamente, eles mesmos têm validado.

O questionamento à incapacidade de manejar a demanda social por uma educação pública gratuita e de qualidade para todos alcança novos níveis na medida em que o grau de repressão ultrapassou qualquer limite de tolerância de um Estado de Direito. Durante esses meses de protesto, temos sido testemunhas de aberrantes abusos por parte do corpo policial, sob ordens do Executivo, através do Ministro do Interior e Segurança Pública, Rodrigo Hinzpeter, o que atingiu seu ápice com a morte de um estudante na semana passada.

Qual sua opinião sobre o papel da Concertação (oposição) em tudo isso?

A Concertação desemprenhou um papel bastante oportunista tentando
obter ganhos políticos com o que ocorre hoje no país. Neste sentido vemos hoje representantes dessa coletividade criticando o modelo educacional, como, por exemplo, o ex-presidente Ricardo Lagos que diz “que o modelo não já não aguenta mais”, esquecendo-se que foram eles mesmos que administraram e aprofundaram a mercantilização da educação e que, por outro lado, um importante setor dessa organização é formado por proprietários de colégios, por investidores no negócio da educação superior.

Apesar disso, dado o nível de participação que a Concertação tem no Parlamento, corresponde a eles agora responder a altura de suas declarações em favor do movimento. Ou seja, devem assegurar que os projetos de lei que surgiram dessas mobilizações representem integralmente o que as demandas sociais estabeleceram e, por motivo nenhum, devem voltar a negociar pelas costas do movimento, como terminou ocorrendo com o processo da Revolução dos Pinguins de 2006.

Com a foice e o martelo no coração

Camila Vallejo é filha de ex-militantes allendistas e referência das Juventudes Comunistas. Na atualidade, foi obrigada a congelar a tese para se formar em geografia. Ela não reconhece abertamente, mas tampouco descarta seguir uma carreira política.

Já pensou em seguir sendo dirigente no futuro, ainda mais em um país carente de líderes jovens?

Sobre o meu futuro, tenho dito que tenho um projeto pessoal de caráter acadêmico, ou seja, gostaria de terminar meu curso e seguir neste caminho. No entanto, concebo os cargos de representação como uma responsabilidade e de modo algum como um privilégio, pelo que, a priori, não posso dizer que não continuarei tendo cargos de representação popular.

Alguns dirigentes estudantis internacionais olham com especial atenção para o Chile, depositam esperança neste movimento e estão atentos para que as conquistas não sejam perdidas. Como avalia essa tremenda responsabilidade?

Creio que a esperança de que as conquistas desse movimento não sejam perdidas, assim como a responsabilidade por elas é compartilhada pela totalidade dos envolvidos. Se é verdade que, às vezes, minha pessoa é transformada em ícone do movimento, temos claro que a sua construção é uma conquista que pertence a todos. Confio que temos feito as coisas corretamente, o que é demonstrado pelo incrível apoio cidadão que nos acompanha três meses depois de iniciada essa mobilização. Sob estas condições, se o governo não tiver suas demandas satisfeitas, isso será responsabilidade da intransigência do governo e da traição da cidadania por parte da direita chilena, o que não estamos dispostos a tolerar.

O que te parece o modelo educacional de Lula (ProUni) que estabelece um mecanismo de bolsas de estudo para estudantes de universidades privadas com finalidade lucrativa, mas que está dirigido especialmente para estudantes de baixa renda e é financiado com isenções fiscais para esses estabelecimentos?

Para além do detalhe técnico das propostas, o que hoje estamos defendendo no Chile são ideias políticas muito concretas. E o fim do lucro na educação é uma das consignas que teve maior adesão da cidadania. A própria lei chilena de Educação criada na ditadura proíbe o fim do lucro em todas as universidades. O cumprimento dessa lei é um dever que esse governo descumpriu grosseiramente e que, após essa mobilização, não nos contentaremos com a continuidade dessa situação. É preciso avançar na direção da proibição do lucro em todo o sistema educacional, desde o pré-escolar a todos os setores de educação superior, assegurando sanções para aqueles que descumprirem esta lei e para aqueles que fizeram isso durante os últimos 30 anos.

Qual sua impressão sobre o apoio dos trabalhadores às mobilizações estudantis e sobre a convocação de outra mobilização massiva para 8 de setembro?

O fato de os trabalhadores apoiarem as mobilizações é algo fundamental para cada processo histórico revolucionário, pois como sujeito histórico o trabalhador que hoje se encontra diretamente explorado pelo processo produtivo sobre o qual se sustenta nossa sociedade capitalista neoliberal.

Se nós, jovens estudantes, somos chamados a gerar e fomentar as mudanças, temos que ter claro que estas devem se realizar junto aos trabalhadores, pois são eles, finalmente, o real motor da história.

Você sofreu críticas e ataques maliciosos. Você disse que eles fazem parte do jogo, mas alguns ultrapassam todos os limites, como o de que é manipulada pelo Partido Comunista. O que diz sobre isso?

Efetivamente, eu sou militante das Juventudes Comunistas do Chile e isso é algo que nunca escondi, muito pelo contrário, é algo do que sinto muito orgulho, pois é uma grande escola que me permitiu crescer e desenvolver-me politicamente.

Além disso, é de se esperar que, na atual situação, aqueles que não estão à altura do conflito busquem argumentos como estes para atacar, não somente a mim, mas também ao resto dos dirigentes. Mas o certo é que hoje eu represento não só os estudantes da Universidade do Chile, cuja Federação presido, mas também me toca ser a voz de todos os estudantes do Chile, enquanto porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e a legitimidade que tanto os estudantes como a cidadania concederam a meu desempenho evidencia que essas acusações não passam de sujas estratégias desesperadas de quem, como disse anteriormente, não tem sido capaz de ganhar o debate.

Tradução: Katarina Peixoto

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ÚLTIMA EDIÇÃO DO NOSSO PANFLETO.

SABOTAGEMCHE17

         Viver num mundo onde é grande a desigualdade de oportunidades, é difícil, e às vezes até desesperador para quem tem o mínimo de conhecimento da realidade, com o agravante de sentir que essa situação, onde algumas pessoas passam até fome, parece eterna e não mudará nunca.
     Porém, recentemente houve acontecimentos pelo mundo que nos forneceram um pouco de esperança quanto à possibilidade de mudança no quadro de “desigualdade social no mundo”, em vários países, como CHILE, INGLATERRA e em alguns lugares do ORIENTE MÉDIO parte da população saíram pelas ruas em protesto contra situações imposta por uma elite detentora do poder que quase sempre não ligam para as pessoas pobres na hora das decisões políticas. Foram vários os protestos divulgados pelos meios de comunicação:
       
        “A Federação de Estudantes do Chile (Fech) convocou a realização de panelaços em diversos pontos da capital na noite desta terça-feira, depois das novas detenções realizadas pelos carabineiros e da aparição de um grupo de encapuzados que provocaram incidentes em Santiago durante a mobilização de mais de 100 mil estudantes que pediram, mais uma vez, uma reforma educacional que garanta a gratuidade do ensino em seus três níveis.”WWW.cartamaior.com.br     
     
          “Manifestantes e policiais entraram em confronto nas ruas do bairro londrino de Hackney na tarde desta segunda-feira (08/08/2011).O tumulto aconteceu depois que um homem chamado Mark Duggan, de 29 anos, foi morto a tiros pela polícia na quinta-feira. No sábado, parte da comunidade organizou uma passeata à delegacia de polícia para exigir justiça”.,bbcBrasil.

       “A Primavera Árabe começou na Tunísia causada por descontentamentos da classe média e pobre com desemprego, corrupção, pobreza e falta de liberdades políticas levou a levantes populares contra o então presidente Zine El Abidine Ben Ali, que estava no poder havia 23 anos. Após a renúncia de Ben Ali, no dia 14 de janeiro, um governo provisório foi nomeado e uma série de reformas políticas e econômicas anunciadas, incluindo eleições para uma Assembleia Constituinte para julho deste ano.” Revista Carta Capital.

      Ainda não se pode afirmar se os protestos resultaram em ganho para a sociedade civil oprimido do mundo, mas ficamos com a sensação de que sim, há pessoas disposta a sair pelas ruas e protestar contra a opressão da elite rica do mundo, o que pode significar um levante maior no futuro, ISSO É O QUE ACREDITAMOS.



CONTATO: leomedrado@yahoo.com.br   e  @sabotagemche

REVOLUÇÃO NO BRASIL!!!

Movimento organizado no BRASIL revindicando seus direitos.

DO SITE: GI.COM.BR

 

Movimento estudantil promete continuar manifestações nesta sexta.
Ônibus voltam a circular sob esquema de segurança da Polícia Militar.

     Estudantes depredaram e queimaram ônibus em cinco dias de protestos contra o aumento das tarifas em Teresina. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), foram 30 ônibus depredados e um incendiado desde que os protestos tiveram início na segunda-feira. O preço aumentou no sábado, de R$ 1,90 para R$ 2,10.
     “Os protestos vão continuar”, afirma Leonardo Maia, estudante de comunicação da Universidade Estadual do Piauí e membro da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre, que participa dos protestos desde o início.
Segundo o sindicato, as operações foram suspensas nesta quinta por questão de segurança. Nesta sexta, os ônibus circulam sob esquema de segurança da Polícia Militar. Em Teresina, circulam 500 ônibus, que transportam cerca de 250 mil passageiros por dia.
“O que a gente quer é um transporte público de qualidade. Tentamos negociar desde junho. Essa é a consequência da posição da prefeitura”, afirma o estudante sobre os ônibus depredados. “Eles preferem mandar policiais para bater em jovens, preferem ter ônibus queimados e apedrejados do que dialogar com a população. Não dá para criminalizar a população, que está dando um grito de basta contra essa situação.”
Ao longo da semana, de acordo com a Polícia Militar, os estudantes fecharam vias e, no primeiro dia de protesto, seis chegaram a ser detidos e liberados em seguida.
A Superintendência de Trânsito (Strans) da Prefeitura de Teresina informou que o aumento é irreversível e já foi decidido com base em estudos junto aos setores envolvidos. Os estudantes reclamam dos ônibus sucateados, ausência de passe livre, falta de integração e linhas reduzidas.
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) publicou comunicado no qual afirma que o aumento de 10% “se deve à majoração dos custos de operação como reajustes de salários e de óleo diesel, além do aumento do percurso com a assistência a novos bairros, em regiões mais distantes”.
Ainda segundo o comunicado, “o impacto desses custos poderia ser diminuído caso houvesse um subsídio do poder público pelo barateamento da tarifa, como ocorre em outras capitais”. “Em Teresina, quem banca as gratuidades de diversas categorias profissionais e a meia-passagem dos estudantes é o passageiro pagante”, diz a nota. “Só políticas publicas de priorizar o transporte coletivo podem garantir um equilíbrio entre os custos do sistema e o valor pago pelo usuário.”

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MOVIMENTO ESTUDANTIL NO CHILE!!!

O movimento no CHILE continua na luta pelo direito da classe oprimida.
Do site da bbcBrasil

Valderrama.

A tensão aumentou no Chile, três dias antes do encontro marcado pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, com líderes do movimento estudantil.

      Piñera convocou os estudantes para uma reunião neste sábado, no palácio presidencial de La Moneda, em Santiago, após a morte do estudante Manuel Gutiérrez Reinoso, 16 anos, na semana passada.
   Nesta quarta-feira, no entanto, um grupo de estudantes invadiu o Ministério da Educação, dizendo não se sentir representado pelos que vão se reunir com Piñera.
Eles também pediram "justiça" pela morte do estudante. Após quebrarem vidros do prédio, deixaram o local pacificamente, segundo a imprensa local.
    "O Chile não voltará a ser o mesmo depois de tudo o que está acontecendo", disse à BBC Brasil a analista política Marta Lagos, diretora da ONG Latinobarometro.
"A partir do movimento estudantil, a sociedade chilena perdeu o medo de pedir reformas em vários setores e incluindo reformas constitucionais. Começa uma era de mudanças por maior democracia", disse.
   Na opinião da analista, o movimento estudantil "abriu as portas para todas as demandas pendentes da sociedade chilena".
Constituição de Pinochet
 
    Muitas das leis em vigor no país ainda são regidas pela Constituição de 1980, promulgada durante o regime do presidente Augusto Pinochet (1973-1990).
"A legitimidade do modelo está em jogo com a mobilização estudantil", diz o analista político Raul Sohr, da TV Chilevisión.
   "Desde a Constituição de 1980, aprovada na ditadura, ao sistema de impostos, a desigualdade social e, claro, o sistema educativo."
Acusado de ter matado o estudante, o ex-policial militar Miguel Millacura foi interrogado nesta quarta-feira por um tribunal militar sobre o tiro que matou o Gutiérrez, ao fim de uma jornada de protestos.
   "Ele reconheceu que atirou", disse a promotora militar Paola Jofre, diante das câmeras de televisão. Millacura perdeu o cargo e foi detido na véspera, logo após a confirmação de que o tiro que matou o estudante saíra da sua arma.
     O caso gerou uma crise na polícia militar chilena, conhecida como Carabineros. Outros sete policiais militares foram obrigados a deixar seus postos e a farda por envolvimento no crime.
Opiniões divididas

     A situação dividiu a opinião dos analistas ouvidos pela BBC Brasil.
    "Acho que (a morte do estudante) foi um incidente trágico, mas isolado", disse Sohr.
   "O que ocorreu foi gravíssimo, mas diante do prestígio desta polícia nacional, não corrupta, é provável que supere este mau momento. Porém, foi grave o fato de terem ocultado a verdade sobre o que ocorreu", disse    o analista político Ricardo Israel, do jornal La Tercera.
    "Se consegue superar este momento, sairá fortalecida. Se não, precisara de uma reforma profunda."
Para o professor de Ciência Política da Universidade do Chile Guillermo Holzmann, a demissão dos militares protege o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, responsável pelas ordens dadas aos policiais.
"São mais de três meses de protestos e de desgaste crescente do governo. E é nesse clima, que inclui o cansaço da sociedade com esta situação, que o governo marcou a reunião com os estudantes", disse Holzmann.
Em votação na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, parlamentares rejeitaram a proposta feita pela oposição de acusar Hinzpeter constitucionalmente pelas ordens de reprimir os protestos recentes dos estudantes. Diante do ministro, parlamentares ergueram faixas que pediam sua renúncia.
"A votação confirma o que pediram familiares do estudante (morto), que o episodio não seja politizado", disse Hinzpeter ao deixar o local.
O ex-presidente e opositor Ricardo Lagos disse que "não há como não politizar" as responsabilidades pela morte do estudante.
Ao mesmo tempo, os estudantes reunidos na Confederação dos Estudantes Chilenos (Confech) marcaram nova assembléia para este domingo, um dia depois da reunião que têm agendada com Piñera.
Um novo protesto nacional também foi convocado para a próxima quinta-feira.
"Nossos protestos vão continuar se nossas demandas não forem atendidas, como o acesso gratuito às universidades públicas gratuitas", disse o universitário Patrício Contreras, um dos porta-vozes da Confech.