domingo, 5 de dezembro de 2010

               Li esse texto no site da REVISTA BRASIL(http://www.revistabrasilatual.net/) uma publicação se não me engano do sindicato do empregados dos Bancos e o achei interessante porque ele chama a atenção para a punição no caso do preconceito em relação aos nordestinos, não que seja essa a minha opinião, mas gosto sempre do debate. É um assunto importante o tratado pelo texto, pois devemos tomar cuidado para não achar normal. Sei da inércia das pessoas em Relação ao debate e ao questionamento das relações sociais, ninguém mais na atualidade se entrega ao Debate, as pessoas são levadas principalmete por uma educação superficial a viver numa bolha de fantasia onde tudo é mastigado por uma mídia a serviço da elite. Não se ver as pessoas Debaterem ou lutarem por algo em prol do bem comum, isso sendo relegado aos "loucos"(como eu que só fica lendo e criticando)enquanto a elite faz suas tramas de exploraçao dos pobres.  

Francis: "Somos brasileiros e não estamos invadindo nenhum país"

              Apesar do desenvolvimento em curso na região, os nordestinos ainda são alvo de discriminação e preconceito. O episódio da estudante de Direito que postou no Twitter mensagem carregada de ódio é emblemático. A autora foi denunciada ao Ministério Público Federal por crime de racismo e de incitação ao crime de homicídio. A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco passou a monitorar manifestações na internet sobretudo a partir de junho, quando notícias sobre enchentes que afetaram a região eram comentadas em tom odioso e discriminatório.
             “Nunca me senti atacada de maneira tão direta e violenta”, desabafa a maranhense Francis Bezerra, presidente da Associação dos Nordestinos do Estado de São Paulo. “Pela internet, a palavra escrita se torna ainda mais agressiva. Somos brasileiros e não estamos invadindo nenhum país.”
            O professor de Psicologia Joseli Bastos da Costa, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vê menos relevância no episódio. “Houve repercussão porque a web pauta a mídia. Mais grave do que aquela menina falar tamanha besteira são episódios como a explosão de uma bomba num centro de tradições nordestinas, na capital paulista, em meados da década de 90, e ataques violentos a homossexuais, como este recente, na Avenida Paulista”, afirma.
             Para ele, o importante do caso é que reabre a discussão da existência do preconceito e suas consequências. Costa diz que o fenômeno é inerente à maneira como o indivíduo constrói o conhecimento sobre o mundo ao redor a partir das primeiras impressões, estímulos e indícios. “Nossos ancestrais eram devorados pelos predadores quando perdiam tempo elaborando o pensamento. Daí a necessidade de uma rápida leitura do mundo, em especial do outro”, analisa.
           A soma de aspectos individuais e socioculturais, choques de culturas, reconhecimento de diferenças e a competição por bens materiais ou simbólicos, quando anexados a emoções, abrem caminho para a discriminação. “Como os nordestinos ocupam um espaço, no caso em São Paulo, acabam sendo bodes expiatórios inclusive da violência que, na verdade, tem causas complexas. Essa visão estereotipada vem da migração, da pobreza e da população profissionalmente menos qualificada, em geral – e equivocadamente – associada à criminalidade”, diz o professor.
          Em sua análise, como São Paulo é um caldeirão cultural, o contato de populações diferentes provoca essa tensão que contou com o componente político. A eleição frustrou grupos apoiadores do representante paulista na disputa. “O protagonismo nordestino, na figura de Lula, deu vazão ao preconceito preexistente, e a essa insanidade, a essa irracionalidade da mensagem no Twitter.”
         Para a professora de Psicologia Sheyla Fernandes, da Universidade Federal de Alagoas, o sentimento de identidade ferida é patente para quem é alvo de preconceito desde que se entende por gente. Isso porque, por volta dos 5 anos, a criança é capaz de se diferenciar, percebe a existência do grupo padrão tido como modelo e constrói sua identidade por comparação e por meio de diversos estímulos que recebe do ambiente. E, das experiências de sucesso e fracasso ao longo de seu desenvolvimento, elabora sua identidade pessoal e coletiva.
          “Dá para imaginar uma identidade construída com base no preconceito e na discriminação?”, questiona Sheyla. “Os prejuízos são imensos e de difícil solução para quem pertence a um grupo sempre associado à ignorância, pobreza e marginalidade. Embora um membro de um grupo marginalizado possa mudar seu estatuto social, sua identidade, sua essência e a ideia que construiu de si mesmo ao longo dos anos são sempre complexas.” A violência é o problema mais sério trazido pelo preconceito. Em sua forma mais ostensiva é expresso em violência física, verbal, moral. Os direitos das vítimas de preconceito, aliás, são completamente tolhidos. Já a discriminação acarreta danos econômicos, intelectuais e fere a dignidade.
           “Com as conquistas pela igualdade de direitos, o preconceito expresso passou a ser visto de forma aversiva, inclusive considerado crime. Mas sua essência permanece imutável. Ou seja, internamente as pessoas continuam sentindo preconceito, mas não o expressam mais. Tanto que na intimidade de ambientes domésticos, em rodas de amigos, pode ser expresso de forma ostensiva, como por meio de piadas”, ressalta Sheyla.
            A saída é o treino para o controle da manifestação preconceituosa por meio da lei. “É preciso que aprendamos a olhar o outro de maneira humana. A punição ensinará as próximas gerações a não fazer piada com o outro seja pela cor, origem, religião ou opção sexual”, diz. O problema, segundo ela, é que sempre vai haver grupos diferentes em tensão, em conflito. “A luta contra o preconceito é permanente e fundamental para a humanização e a civilização da sociedade.”


VALDERRAMA





sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

SABOTAGEMCHE14


                   Há muito tempo que estava ansioso para ler o livro ABUSADO o Dono do Morro Dona Marta, do autor CACO BARCELLOS, uma leitura importante na minha opinião, para quem deseja conhecer um pouco do mundo das favelas do RIO DE JANEIRO

O Autor narra com um viés jornalítico e um pé na história, não só a vida de JULIANO VP, um dos maiores
traficantes do RJ, mas o cotidiano dos moradores da favela e como os mesmos as vezes ficam reféns da violência, tanto dos traficantes, como do governo, pois os morros, segundo o autor CACO BARCELLOS, não têm nenhuma infra-estrutura básica de direito de todo cidadão, como: ESCOLAS e HOSPITAIS, por exemplo. O livro contém a vida de algumas crianças que nasceram no meio da guerra entre a polícia e os traficantes, demostrando como essas crianças por não terem um acesso a uma educação de qualidade, ao se tornarem adolescentes e serem barradas em entrevistas acabam entrando no tráfico para conseguirem ajudar a renda familiar.

         Quando terminei a leitura do livro( ABUSADO ) fiquei mais convicto em afirmar que a desigualde social é um dos pilares da escalada da violência no Brasil e que há necessidade de os governantes olharem para as favelas não como um território inimigo a ser conquistado com as forças policiais (Quem não viu recentemente uma foto na internet da polícia fincando uma bandeira do Brasil em morro no Rio de Janeiro, como se as favelas não fizessem parte do Brasil), mas um lugar onde tem bandidos, como existe também em Brasilia e em Copacabana; porém, a grande maioria dos moradores das Favelas são trabalhadores com suas famílias que necessitam de ESCOLAS, HOSPITAIS, BIBLIOTECAS E ÁREAS DE LAZER, que os façam se sentirem como cidadãos.
        Me parece depois de ler o livro e de outras experiências da minha vida, que, enquanto a sociedade não parar de ver o morador da favela como inimigo e o estado se tornar presente apenas com a polícia (Essas unidades Pacificadoras da polícia do RJ, são um exemplo) a violência não terá fim, afirmo a necessidade de políticas para por fim nas DESIGUALDES SOCIAIS COMO PRIMEIRO PASSO. Leia o livro e tire suas conclusões.

TRECHOS DO LIVRO:

“Os que trabalhavam, como os boys Vico,Careca,Jocimar,Mendonça e Paulo Roberto, usavam a maior parte do salário para reforçar a renda da família. Quando sobrava dinheiro também compravam roupa e acessórios da moda que apareciam na televisão ou observavam na rua. Menos Paulo Roberto, que não ligava para a moda. Era um dos mais maduros do grupo e um dos mais pobres. Órfão de pai, morava em um barraco de madeira de três cômodos, na parte alta do morro, com quatro irmãos, três homens e uma mulher. A mãe sustentava os filhos lavando roupa por encomenda para o asfalto(centro da cidade)”Pg49

“Júlia demorou a se acostumar a não ter telefone em casa e à falta de água e luz durante várias horas do dia. No início ficou impressionada sobretudo com a quantidade de ratos pelas áreas de circulação de crianças e adultos.

Aos poucos foi percebendo as perdas das antigas amizades e da relação que tinha com os parentes. Eram moradores dos bairros de classe média e todos se afastaram dela. Como se tivesse mudado para o outro lado do mundo, perdeu o contato até com os padrinhos de Bruna, sua filha de oito anos,que moravam a menos de meio quilômetro da favela”Pg316/317

AUTOR;Valderrama,

CONTATOleomedrado@yahoo.com.br lvmedrado@hotmail.com