quinta-feira, 17 de junho de 2010

SABOTAGEMCHE


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Esta edição do nosso panfleto é especial, pois publicamos um artigo de um colaborador que com sua experiência de vida e de suas leituras nos traz uma visão muito critica do mundo dos marginalizados pela sociedade. São palavras que nos levam a refletir e agir contra a elite opressora.



MANIFESTO



          EU sou um artista da rua. Você talvez já deve ter me visto pelos centros de PAULÍNIA, CAMPINAS, ou outras cidades da região. Eu fico nas calçadas das praças e na maioria das vezes sou invisível aos olhares de quem passa na correria do dia-a-dia, por isso eu lhe desculpo, se você nunca me viu, pois há pessoas que afirmam e defendem que eu não sou um artista e sim um vagabundo. Fabrico colares, peças em metal, artigos da cultura hippie e estou incluso numa cultura dita como marginal, pelos donos dos poderes que definem o que é, ou não, cultura, por isso, escrevo esse pequeno manifesto para expressar qual é a minha opinião em relação aos que vivem fora do “padrão”.

         Faço parte do mundo em que habitam e sobrevivem o pessoal do Hip-Hop (RAP,GRAFITE,DANÇA DE RUA), os Artesões e os moradores das periferias dos centros urbanos, somos uma classe que vive ás margens das leis. Tentamos expressar através da arte nosso sentimento e um pouco do nosso cotidiano. Eu, as vezes, penso que não queremos muito, sim, o nosso maior objetivo é que a sociedade nos vejam, com outros olhos, não queremos ser vistos como marginais e continuarmos a ser tratados como marginais por uma sociedade elitistas que não nos da nem espaço e oportunidade.

ESPAÇO: os fazedores de arte neste país estão cada vez mais perdendo espaço, o cerco está se fechando em nossa região, para quem trabalha na rua esta cada vez mais difícil, os municípios fazem suas próprias leis, passando por cima da lei federal, que é bem clara a respeito do ir e vir, temos o direito de nos expressar culturalmente, a nossa arte, temos este direito quebrado. Quando chegamos em uma cidade, para expor nosso artesanato, geralmente a policia chega junto com os fiscais da prefeitura e na maioria das vezes eles aprendem o nosso artesanato e só os temos de volta quando pagamos um taxa na prefeitura depois de enfrentarmos uma burocracia que todos conhecem quando o assunto é algum serviço público. Quando as pessoas presenciam os fiscais apreendendo nossos artesanatos, nos olham como quem cometeu algum crime, porém, não percebem que é da venda dos produtos confeccionados que obtemos o dinheiro para o sustento de nossa família.

Convoco a quem faz parte desta sociedade invisível(ARTITAS, MORADORES DO RUA, etc.), a ter uma postura de enfrentamento e se impor para exigir os seus direitos, temos que deixar de fechar os olhos perante as injustiças que ocorrem neste país. Eu defendo essa nova postura por entender que só assim é que nós, que fazemos parte desta cultura marginalizada passaremos a ser tratados como membro da sociedade como direitos e deveres.

A mesma elite que rotula a nós artistas e moradores de rua como não fazendo parte da sociedade é a que defendem a indústria cultural onde mulheres melancia, pêra e outras viram artistas a serviço do consumo, assim como afirmam que o nosso maior produto cultural e artista do Brasil, o futebol a serviço de empresas que visam somente o lucro.

BOM!!! ISSO É UM PEQUENO RESUMO DA MINHA OPINIÃO SOBRE A MARGINALIZAÇÃO DOS ARTISTAS E MORADORES DE RUA, E É O QUE EU SINTO TODO DIA NAS RUAS.

ASSINA: BETÃO UM ARTISTA DE RUA MARGINALIZADO// Email: betaomaranhao@hotmail.com



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